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São Paulo, domingo, 08 de junho de 2003

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DE OLHO LÁ FORA

Existem casos em que venda ao exterior passou interna na participação do faturamento no 1º trimestre

Empresas ganham mais com exportação

FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO

Uma análise sobre os balanços das empresas não-financeiras do primeiro trimestre deste ano mostra que as exportações abocanharam participação significativa do faturamento de boa parte delas -em alguns casos, as vendas ao exterior ultrapassaram os negócios no mercado interno.
Os dados constam dos balanços publicados pelas empresas que têm ações em Bolsa. A maior parte delas diz que o bom desempenho das exportações é resultado de um esforço continuado. Para algumas, o crescimento da porção do faturamento ligado às exportações também se deve à depreciação do real no primeiro trimestre deste ano em comparação com as taxas de câmbio do primeiro trimestre do ano passado.
Mas todas concordam em um ponto: estão cada vez mais em busca de mercado lá fora.
Um bom exemplo é a Sadia: desde 1997, a empresa vem desenvolvendo pesquisas para adequar sua produção aos padrões de exigência do mercado externo.
"Nós temos dois vestiários: um de entrada e um de saída. Além disso, o restaurante do pessoal do abate é diferente do restaurante dos funcionários da linha de industrializados", disse Luiz Gonzaga Murat Jr., 49, diretor financeiro e de relações com investidores.
O resultado: no primeiro trimestre deste ano, o volume de exportações subiu 21% em relação aos três primeiros meses de 2002.
A fabricante de máquinas WEG é outra que colhe os frutos de focar nas exportações. Desde janeiro, está fornecendo motores para linha branca à mexicana Mabe. O contrato, fechado no ano passado, prevê a entrega de 800 mil motores por ano para lavadoras, secadoras, ventiladores, entre outros eletrodomésticos.
Na Iochpe-Maxion, o valor em dólar de exportações foi 50% maior em janeiro, fevereiro e março do que o obtido no mesmo período do ano passado.

Têxteis
O caso das indústrias têxteis talvez reflita o melhor exemplo de como o foco nas exportações pode ser uma boa saída para um mercado interno mais retraído.
No último trimestre, Coteminas e Santista viram a participação das exportações em seus faturamentos ultrapassar a metade do total. Isso não acontecera no primeiro trimestre do ano passado.
No caso da Coteminas, as exportações nos três primeiros meses do ano subiram 58,6%. Na Santista, o crescimento na participação do faturamento foi de 35%.
A catarinense Karsten já tinha mais da metade do seu faturamento oriunda de vendas externas. No último trimestre, a participação foi a dois terços do total.
Além do foco nas exportações -há dez anos, a empresa vende para fora do país cerca de metade do que produz-, seus diretores citam a depreciação do real no primeiro trimestre também como responsável pelo aumento da participação no faturamento.



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