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São Paulo, domingo, 08 de junho de 2003

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COMÉRCIO

Tarifas entre os dois países já eram bastante baixas

Chile comemora acordo com os EUA, mas impacto será limitado

IGNACIO BADAL
DA REUTERS, EM SANTIAGO

O acordo de livre comércio assinado entre os EUA e o Chile, na sexta-feira, foi celebrado com champanhe por empresários e políticos chilenos.
Apesar de o governo apostar que as exportações terão um forte crescimento, o impacto do acordo sobre a economia chilena no curto prazo será mais tênue, porque os embarques para os EUA já são feitos com tarifas reduzidas.
Após 11 anos de muita negociação, foi selado na sexta-feira em Miami um dos capítulos mais aguardados pela política externa do Chile. O acordo é visto ainda como uma aproximação dos EUA com a América Latina.
"Para mim, as razões são claras. O Chile é uma experiência que mostra uma transição democrática ordenada, uma gestão macroeconômica rigorosa, uma política comercial de abertura com resultados muito bons de crescimento e equilíbrio", disse o chefe da equipe chilena de negociação, Osvaldo Rosales.
A economia chilena depende em 60% de suas exportações, e o principal destino das vendas é justamente os EUA, onde vão parar US$ 3,6 bilhões por ano.
Em termos formais, o tratado reduz a zero a tarifa de mais de 85% dos produtos exportados pelo Chile. Em quatros anos, 94% dos produtos terão tarifa zero, e, em 12 anos, a totalidade das exportações serão isentas.
Mas grande parte do bens chilenos já entra no mercado americano com taxas reduzidas.
O mesmo ocorre no caminho inverso: o Chile tem a menor taxa aduaneira média da região, 6%, e a maior parte dos produtos norte-americano entra pagando uma alíquota de apenas 3%. Assim, os analistas não apostam em um surto inicial do comércio.
"Não é um acordo que vai ter um grande impacto comercial. O maior benefício é a estabilidade em termos de acesso a mercados", disse a economista Verónica Silva, da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).



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