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FRAUDE NOS EUA
Democrata exige demissão do chefe do órgão regulador de mercados
Senador quer trocar direção da SEC
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O líder da maioria democrata
no Senado dos EUA, Tom Daschle, pediu ontem a demissão de
Harvey Pitt, presidente da SEC
(órgão responsável pela fiscalização dos negócios com ações no
país), acusando-o de manter um
relacionamento "permissivo"
com grandes corporações.
"Foi ele quem disse que nós precisamos de uma SEC mais dócil e
menos rígida, exatamente o oposto do que nós temos que ter", disse Daschle. "Podemos escolher alguém muito melhor que Harvey
Pitt. Ele mantém uma relação exageradamente próxima e permissiva com o mundo corporativo norte-americano."
Pitt, nomeado para o cargo pelo
presidente George W. Bush em
agosto de 2001, construiu sua reputação como advogado ao pedir
a desregulamentação e uma fiscalização menos rigorosa da atividade de auditoria.
Antes de dirigir a SEC, Pitt representou grandes corporações e
firmas como a Arthur Andersen,
acusada de elaborar e encobrir os
maiores escândalos contábeis da
história norte-americana.
Foi a Andersen que auditou os
balanços da Enron, energética
que quebrou em dezembro passado, e da WorldCom, que escondeu gastos de US$ 4 bilhões.
O presidente Bush - ele próprio acusado recentemente de ter
praticado irregularidades como
executivo de uma empresa de
energia no Texas - rebateu o pedido de Daschle. "O presidente
acredita que Harvey Pitt está fazendo um ótimo trabalho", disse
Bush por meio de Claire Buchan,
porta-voz da Casa Branca.
A pauta política da semana está
cheia de eventos com foco nos escândalos corporativos. Para responder à crescente indignação
pública com os escândalos (e
também para desassociar-se dela), Bush fará, amanhã, um discurso dirigido a Wall Street propondo punições mais severas a
executivos envolvidos em irregularidades.
Hoje, executivos da WorldCom
terão de comparecer à comissão
de Finanças da Câmara dos Deputados. Embora o presidente da
comissão - o deputado republicano Michael Oxley (Ohio)- seja
contrário à demissão de Pitt ou a
prisões exemplares, outros legisladores querem "sangue".
"Alguns desses criminosos corporativos precisam ir para a cadeia", disse ontem Billy Tauzin,
republicano pela Louisiana. "Assim que um deles for indiciado, a
confiança no sistema volta."
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