São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

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VIZINHO EM CRISE

Pesquisa indica que governador peronista bateria concorrentes em prévia no PJ e depois a oposicionista Carrió

Reutemann venceria eleição argentina hoje

JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES

O governador da Província de Santa Fé, Carlos Reutemann, se tornaria o novo presidente argentino se a eleição marcada para 30 de março ocorresse hoje. De acordo com pesquisa do Ibope, o governador venceria com folga qualquer candidato no primeiro e no segundo turnos.
O Ibope entrevistou 600 pessoas na semana passada, logo após o presidente Eduardo Duhalde adiantar a eleição em seis meses, para março. Duhalde também marcou para novembro as eleições prévias para a escolha dos candidatos dos partidos. Na Argentina, essas votações são abertas à população.
Reutemann, que antes de entrar na vida política foi piloto de F-1, venceria facilmente as eleições internas do Partido Justicialista (peronista, de Duhalde). Segundo a pesquisa, o governador teria 43,9% dos votos e seria escolhido para representar o maior partido do país na eleição. Em seguida, viria o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), com 27,3%.
Na eleição propriamente dita, Reutemann também tem larga vantagem sobre os demais concorrentes, mas teria de enfrentar um segundo turno. O peronista tem 36,1% dos votos. A deputada de oposição Elisa Carrió aparece em segundo lugar, com 20,5%.
Carrió, que liderou todas as pesquisas nos últimos meses, aparece bem atrás agora porque esse levantamento considerou Reutemann como candidato único do peronismo. Como o governador conseguiu unir praticamente todo o eleitorado peronista em torno de seu nome, assumiu a liderança das pesquisas.
No segundo turno, Reutemann voltaria a bater Carrió se a eleição fosse hoje, pelo placar de 46,5% a 38,4%. Todos os outros três principais pré-candidatos peronistas -Menem, o ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá e o governador Néstor Kirchner (Santa Cruz)- perderiam para Carrió em um possível segundo turno.
Reutemann, que entrou na política apadrinhado por Menem, ainda não decidiu se participa da próxima eleição. No entanto, tanto o presidente Eduardo Duhalde quanto os governadores das maiores Províncias do país -Felipe Solá (Buenos Aires) e José Manuel de la Sota (Córdoba)- já se manifestaram favorável à candidatura do ex-piloto.
O ex-ministro da Economia Ricardo López Murphy (ex-UCR e hoje sem partido) defendeu ontem a renúncia de Duhalde. "Se ele não está em condições de governar, deveria apresentar a renúncia", disse o ex-ministro, outro pré-candidato à Presidência.



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