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INFRA-ESTRUTURA
Fundos de pensão estatais admitem financiar obras
DA FOLHA ONLINE
O presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades de
Previdência Complementar), Fernando Pimentel, e o secretário de
Previdência Complementar, Adacir Reis, tornaram público um debate que acontecia nos bastidores
do governo: o uso de recursos de
fundos de pensão estatais para financiar obras de infra-estrutura
do governo brasileiro.
Durante um seminário, ontem,
em São Paulo, Pimentel disse que
os fundos de pensão querem criar
mecanismos de proteção para poder atender ao pedido do governo, que quer usar parte dos
R$ 200 bilhões que os fundos estatais têm em caixa para financiar
obras como rodovias e hospitais.
O total de projetos públicos pode chegar a R$ 400 bilhões. Os financiamentos viriam dos fundos
de pensão, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de outras fontes a serem definidas.
Antes de decidir destinar parte
de suas carteiras para a infra-estrutura, os fundos pediram ao governo que definisse regras claras e
desse garantias de retorno da aplicação e liquidez.
O secretário Adacir Reis admitiu que os projetos de infra-estrutura necessitam de financiamento
privado. "As possibilidades de financiamento serão oferecidas para os fundos e para outros investidores que possam encontrar uma
oportunidade nesses projetos."
Pimentel, da Abrapp, disse que
os investimentos dos fundos de
pensão se baseiam no trinômio
rentabilidade, liquidez e segurança. "É preciso avaliar como entrar
nesse investimento, como ser remunerado e como sair dele."
O presidente da Abrapp afirmou que o setor não é contra a
aplicação de seus recursos nos
projetos de infra-estrutura. "Se tivermos dois investimentos que
garantam a mesma rentabilidade,
liquidez e segurança e um deles
seja socialmente responsável, ficaremos com o último, afinal moramos no Brasil e queremos investir no país."
Alteração pontual
Reis, da Previdência Complementar, disse que o governo está
fazendo alterações "pontuais" para aprimorar as regras de aplicação dos recursos dos fundos de
pensão no país.
Embora negue que as alterações
do CMN (Conselho Monetário
Nacional) tenham por objetivo
adequar os fundos de pensão para
o financiamento de projetos de
infra-estrutura, esse é o desejo do
presidente Lula.
Na semana passada, o Conselho
Monetário Nacional ampliou o
prazo para os fundos se adequarem às atuais regras de aplicação.
O limite era até o final do mês passado, mas foi alterado para dezembro de 2005.
O próximo passo do governo
será anunciar limites mais flexíveis para os investimentos dos
fundos de pensão.
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