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MEIOS DE PAGAMENTO
Banco Central pensa em antecipar recolhimento para viabilizar maior circulação de novos modelos
Moeda antiga pode ser recolhida mais cedo
CARI RODRIGUES
da Sucursal de Brasília
O Banco Central estuda a possibilidade de antecipar o recolhimento das atuais moedas de aço
inoxidável para viabilizar a circulação de maior quantidade dos novos modelos lançados no dia 1º de
julho, aniversário do Plano Real.
O início do recolhimento está
previsto para o próximo ano. Mas
os bancos reclamam que possuem
grande quantidade das moedas de
aço inoxidável estocadas, segundo
apurou a Folha. A convivência entre os dois modelos aumenta ainda
mais o custo para armazenagem
do estoque de moedas.
Os bancos solicitaram, até o início de agosto, 75.738 milhões de
unidades da nova família de moedas, o que representa apenas
32,36% dos 234 milhões que o BC
têm disponível para distribuir. Ou
seja, 158.262 milhões de unidades
estão estocadas no BC.
"Por que trocar as moedas antigas pelos novos modelos se elas
têm o mesmo valor?"', perguntou
o diretor de assuntos bancários da
Febraban (Federação Brasileira
das Associações de Bancos), Jorge
Higashino, ao ser questionado sobre o assunto.
"O governo disse que as novas
moedas seriam distribuídas de
forma gradual", afirmou, ao justificar a pequena circulação das
novas moedas na rede bancária.
A expectativa do BC era que a
demanda dos bancos pela nova família de moedas fosse maior. O
governo gastou R$ 146,6 mil para
saber a opinião das pessoas sobre
os modelos antigos de moeda, R$
194 mil para realizar um concurso
e mais R$ 92,8 mil por uma pesquisa em que a população escolheu os modelos.
A festa para o lançamento das
novas moedas custou R$ 150 mil.
Além disso, o BC gastou R$ 3 milhões com propaganda na televisão, painéis e cartazes em ônibus
antes da nova família começar a
circular.
Para o HSBC Bamerindus não
faz diferença trabalhar com moedas antigas ou novas, segundo a
assessoria de imprensa. O banco
tem um bom estoque dos modelos
antigos e, por isso, solicitou pouco
da nova família.
Quando o BC definir a data de
recolhimento é que o banco começará a separar as moedas antigas.
O chefe do Departamento do
Meio Circulante do BC, José dos
Santos Barbosa, diz que formou
um grupo para estudar como será
feito o recolhimento das moedas
antigas. "É preciso ter muito cuidado, principalmente com relação
à segurança, porque essas moedas
têm valor de face'', afirmou. Higashino não considera pequena a
circulação das novas moedas.
A Folha apurou que, ao não solicitar ao BC as novas moedas, a intenção dos bancos é pressionar
para que o recolhimento das antigas seja antecipado.
O BC pretende trocar 5,3 bilhões
de moedas no período de cinco a
oito anos. O custo para fazer esta
troca deve ficar entre R$ 288 milhões e R$ 349 milhões.
O BC não pode obrigar os bancos a aceitar as novas moedas. Só
faz a entrega no caso de solicitação
da rede bancária.
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