São Paulo, Quarta-feira, 08 de Setembro de 1999
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COMBUSTÍVEIS
Shell já tem projeto-piloto em São Paulo que funciona nos moldes da proposta em estudo na ANP
Empresa testa novo sistema para gás

da Reportagem Local

O novo modelo para a distribuição e revenda de gás mal começou a ser discutido e já tem um projeto-piloto testado na praça. É o Disque Shell Gás, serviço de venda expressa em teste há três meses na cidade de São Paulo.
O piloto opera com o sistema de depósito em troca do vasilhame, como prevê o modelo da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
O cliente que não tem vasilhame paga R$ 30 de caução pelo botijão novo e recebe um vale de R$ 30, para resgatar se desistir da operação. Quem der o botijão velho em troca receberá um vale de R$ 10. "Esse é o preço de mercado do vasilhame usado", justifica Peter Bondlay, diretor comercial da Shell Gás.
Os botijões são novos, azuis e trazem estampa, rótulo e lacre com a marca da distribuidora. Têm o corpo semelhante aos atuais, um pé maior para evitar choques e tratamento de metalização anticorrosivo para ampliar a durabilidade.
Segundo Bondlay, a vida útil do botijão atual é de 20 anos, no máximo. A do botijão novo, de 30 anos, pelo menos. A válvula continua a mesma, mas há projeto para mudar.

Como funciona
O serviço baseia-se em pedidos feitos por telefone a uma central de telemarketing, que são repassados aos franqueados da distribuidora.
Os franqueados fazem a entrega direta. Eles atuam numa área delimitada e obedecem a regras de comercialização definidas pela companhia. Ou seja, só compram gás da Shell.
A assistência técnica é prestada por uma empresa terceirizada, credenciada, que atende aos clientes dos franqueados.
Um folheto e um ímã de geladeira com o número do telefone da central de pedidos, distribuídos nas zonas oeste e norte da cidade, foram o chamariz.
O preço e o prazo de entrega trataram de cooptar clientes: o botijão sai por R$ 16,50 para entrega no mesmo dia, em menos de uma hora, contra os R$ 17,78 cobrados pela Ultragaz quando passa pelas casas, semanalmente (preços em vigor na última segunda-feira).
Uma taxa de entrega, de R$ 2,50 por unidade ou 30% do valor do gás, está prevista no projeto, mas pode ser cobrada ou não a critério do franqueado.
O investimento inicial da Shell Gás foi de R$ 50 mil, aplicados no sistema informatizado on line do ponto de atendimento dos três franqueados participantes do piloto, diz Peter Bondlay.
Agora, o serviço entra em fase de expansão para a Grande São Paulo (são 15 franqueados na região) e, em seguida, para os Estados da Bahia, Goiás e o Distrito Federal.
São Paulo foi a cidade escolhida para dar início do projeto por causa da grande densidade populacional e pelo nível de exigência do paulistano. "Achamos que seria um tradutor rápido do que estávamos propondo."
O prazo de entrega, para Bondlay, foi o que conquistou o cliente. "Além disso, a marca é forte, traduz segurança", avalia.
Mesmo tendo começado a operar com gás só há dois anos, a Shell detém hoje 5% do mercado na Grande São Paulo, o equivalente a 2,5 mil toneladas por mês. No país todo, sua fatia é de 4%.
Sobre o novo modelo do setor, Bondlay é categórico: "A Shell apóia totalmente e considera que é esse o futuro". (LUCIA REGGIANI)


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