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Quem não vendeu vive agora um pesadelo
da Sucursal do Rio
Embora grande parte dos empregados que compraram ações
de empresas privatizadas tenham
obtido lucro ao vendê-las, há casos nos quais o negócio acabou se
transformando em pesadelo.
É o caso do Clube de Investimentos dos empregados da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), localizada em Cubatão, litoral do Estado de São Paulo.
Segundo Adílson dos Santos,
presidente do clube de investimentos, cada cota de participação
dos empregados da Cosipa está
valendo hoje, seis anos após a privatização da empresa, cerca de R$
300,00, enquanto a dívida contraída para financiar a compra
das ações está em aproximadamente R$ 3.000,00 por cota.
O credor é a caixa de previdência dos empregados da própria
Cosipa, o que significa que, se a
solução para a dívida vier de um
acordo ruim para a caixa, os empregados perderão do mesmo jeito.
Clube parado
Santos disse que o clube de investimentos da Cosipa está parado e a participação dos empregados no capital da empresa, que
era de 10%, não passa hoje de 1%.
Isso porque, segundo ele, o grupo controlador da Cosipa fez uma
emissão de debêntures (título de
crédito) conversíveis em ações
que, por força do aumento de capital da empresa, reduziu em 90%
as participações dos acionistas
que não entraram na emissão.
Prejuízo inicial
Como a Cosipa foi vendida com
um prejuízo acumulado de US$
1,4 bilhão, os empregados nem
chegaram a auferir dividendos
por conta de lucros registrados
após a privatização.
Santos disse que eles estão agora
tentando negociar com os controladores da Cosipa, hoje associada
à Usiminas, uma saída para o problema que estão enfrentando com
as ações.
Embraer
No caso da Embraer, indústria
aeronáutica situada em São José
dos Campos, interior paulista, no
eixo Rio-SP, as ações da empresa
estão em alta, mas os empregados
também estão longe da gestão
efetiva da empresa.
Segundo Antônio Ferreira Júnior, presidente da diretoria executiva do clube de investimento
dos empregados da empresa, a
participação inicial de 10% caiu
para 0,40% hoje.
Isso se deu, de acordo com Ferreira, principalmente, por forçado contrato do financiamento obtido para a compra e por sucessivos aumentos de capital por parte
dos controladores, algo parecido
com o que ocorreu na Cosipa.
Como consequência da redução, os empregados perderam o
direito a participar do acordo de
acionistas (esse não foi o único
motivo) e hoje participam do
Conselho de Administração da
Embraer apenas por força da Lei
das Privatizações.
Light
Também na Light, empresa de
eletricidade, os empregados participavam do acordo de acionistas, mas perderam esse direito
quando a parcela que eles detêm
no capital da empresa caiu abaixo
de 3%.
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