|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÊMICA
Governador sugere que Paranaguá embarque somente "soja pura"
Requião segue contra transgênico
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), afirmou
ontem que, mesmo com a aprovação pelo Senado da Lei de Biossegurança, o plantio e a comercialização da soja transgênica e de
outros OGMS (organismos geneticamente modificados) continuarão combatidos no Estado.
"A minha proposta ao governo
federal é que a segregação [da soja
transgênica no corredor de exportação] seja feita por outros
portos, como São Francisco [do
Sul, em SC] e Santos, mas que deixe o porto de Paranaguá vendendo a soja pura, a um preço muito
melhor no mundo inteiro."
Requião disse que tenta, com os
embargos, "jogar a favor da qualidade do produto do Paraná e brasileiro -soja pura, carne sem
anabolizantes, frangos e aves sem
gripe asiática."
Há um ano, o governador paranaense baixou um decreto dificultando o trânsito no Estado e o embarque de cargas transgênicas pelo porto de Paranaguá. Em seguida, sancionou uma lei proibindo
o plantio, a industrialização e o
comércio de OGMs no Estado. A
lei foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal e está sem validade.
Requião diz que o decreto, que
ainda vigora, evitou que o Paraná
pagasse R$ 60 milhões em royalties para a Monsanto -detentora
da patente da soja modificada-
na safra passada.
MT não tem pressa
A favor da liberação do mercado brasileiro para soja transgênica, o governador de Mato Grosso,
Blairo Maggi (PPS), considerado
o maior produtor de soja no Brasil, disse que a semente geneticamente modificada responderá
por 20% da safra 2005-2006 em
seu Estado.
Ele fez a previsão em entrevista
no gabinete de Requião, onde
participou, como convidado, do
lançamento da "caravana do desarmamento" pelo ministro da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Segundo o governador, os produtores de Mato Grosso já começaram a semear a próxima safra,
mas não estão entre os que pressionam o governo federal para
edição de uma medida provisória
que legalize o plantio -caso dos
gaúchos-, porque a predominância da produção no Estado é
de soja convencional.
Maggi diz acreditar que os produtores estejam migrando para a
soja transgênica por economia no
cultivo.
"O custo de produção da soja
transgênica é mais barato US$ 50
por hectare produzido e quem diz
o contrário não está informado. É
só ir ao Rio Grande do Sul para
constatar."
À desinformação Maggi também credita a pregação de que a
Monsanto será dona do mercado.
Ele diz que mesmo os órgãos federais de pesquisa agropecuária já
detêm a tecnologia. "A cadeia inteira será beneficiada com o royalty", afirmou.
Texto Anterior: Saúde: Suspeitas derrubam ações de farmacêuticas Próximo Texto: Sem estrelas: Hilton vai fechar o hotel na Ipiranga Índice
|