DA REPORTAGEM LOCAL

A instabilidade econômica da Argentina fez o Tesouro Nacional pagar juros mais elevados pelos papéis prefixados vendidos em leilão ontem.
A taxa máxima paga pelas LTNs (Letras do Tesouro Nacional) de prazo mais curto, com vencimento em 6 de junho de 2001, subiu para 18,35% ao ano, contra 17,43% na oferta ocorrida na semana passada. O prêmio ficou acima do consesnso do mercado, que oscilava entre 18,10% e 18,15%.
Na opinião de Rubens Sardenberg, secretário-adjunto do Tesouro, "nunca se sabe o nível em que vão chegar as taxas, mas havia a expectativa de elevação nos prêmios pagos hoje (ontem)".
"Não há nenhuma relação dessa alta com fatores internos, mas sim com o cenário externo, especialmente a Argentina."
Ontem, o mercado nacional estava atento ao resultado do leilão de títulos públicos que seria realizado à tarde pelo governo argentino.
O Tesouro também ofertou LTNs com vencimento em 5 de dezembro de 2001, pagando juros de 18,64% ao ano, contra 17,79% na semana passada.
Além dos papéis prefixados, o governo levou ao mercado LFTs (títulos posfixados), mas não conseguiu vender todo o lote.
Rumores sobre a possibilidade de o governo argentino não levar todo o lote anunciado para o mercado e a forte alta do dólar que atingiu fizeram a Bovespa trabalhar em baixa durante boa parte do dia.
Mas, com a melhora do cenário, a Bolsa de Valores de São Paulo virou no meio da tarde e fechou em alta de 1,13%, com 14.968 pontos.
O volume financeiro, de R$ 571,450 milhões, ficou acima do registrado na segunda-feira, mas continua abaixo da média diária de outubro.
As ações da Petrobras e da Telemar ajudaram novamente o Ibovespa -índice das principais ações- fechar em alta.
As preferencias da Telemar, as mais negociadas do dia, tiveram alta de 1,82%, seguidas pelas ações preferenciais da Petrobras, que foram as segundas mais negociadas e tiveram alta de 1,97%.
A maior alta registrada no pregão de ontem ficou com Tele Nordeste Celular PN, que subiu 6,7%.
(FABRICIO VIEIRA)


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