São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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CNI diz que salários e vendas também sobem

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

As vendas da indústria de transformação brasileira medidas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostraram em setembro aumentos de 7,84% em relação a setembro de 2001 e de 1,69% na comparação com agosto deste ano, já descontados os efeitos típicos (sazonais) de cada período.
Foi o quarto indicador positivo seguido na comparação mês a mês. Os números relativos às vendas apurados pela CNI confirmam a melhoria da produção medida pelo IBGE nos seus indicadores industriais, também divulgados ontem. O índice do IBGE é referente à indústria geral, que engloba a de transformação e a extrativa mineral.
No acumulado deste ano, o indicador de vendas apresentou crescimento de 0,20% em setembro, a primeira variação positiva nesse tipo de comparação desde abril. No trimestre encerrado em setembro, as vendas aumentaram 4,01% em relação ao mesmo trimestre de 2001 e 9,31% sobre o trimestre anterior.
"Apesar de tudo [dos problemas vividos nos últimos meses], há uma tendência que vai, gradualmente, mostrando que a economia está saindo de uma estabilidade para uma recuperação", afirmou Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI.
O economista disse que "a razão fundamental" da recuperação está nas exportações. Mas afirmou também que dois fatores temporários ajudaram: as eleições de outubro, que geraram aumento de renda para segmentos da população e das vendas de produtos como papel, papelão e plásticos; e o pagamento de parte da correção do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) referente aos planos Verão e Collor 1.
Castelo Branco disse que a tendência para o último trimestre do ano é de manutenção da recuperação. "Só tenho dúvidas quanto à intensidade", disse.
Ele afirmou considerar que a manutenção do dinamismo das exportações e o fim das incertezas eleitorais são fatores que ajudam a manter a tendência positiva. A alta dos juros em outubro (de 18% para 21%) pesa do lado contrário.
Na comparação mês a mês, dessazonalizada, todos os indicadores apurados pela CNI apresentaram variação positiva. Além das vendas, o pessoal empregado cresceu 0,08%; as horas trabalhadas, 0,68%; os salários reais, 0,16%; e o índice de utilização da capacidade instalada cresceu de 81% para 81,1%. O uso da capacidade instalada foi o maior desde janeiro de 2001 (81,8%).


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