São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2000

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VIZINHO EM CRISE

Pacote poderá chegar a US$ 31 bilhões
Aprovação do Orçamento libera socorro do FMI para a Argentina

Reuters
O presidente da Argentina, Fernando de la Rúa, e o ex-presidente Carlos Menem


JOSÉ ALAN DIAS
DE BUENOS AIRES

O Senado da Argentina aprovou na madrugada de ontem o Orçamento de 2001, abrindo caminho para que o governo formalize o empréstimo junto ao Fundo Monetário Internacional.
Em entrevista ontem à tarde, o ministro da Economia, José Luis Machinea, afirmou que o acordo com o Fundo deverá ser anunciado até a próxima terça. Machinea mais uma vez negou-se a informar cifras (""vocês ficarão sabendo detalhadamente no dia"), mas segundo o diário argentino ""El Cronista", o socorro financeiro atingirá US$ 31 bilhões.
O FMI condicionara o empréstimo ao cumprimento das medidas do pacote econômico anunciado há um mês e à aprovação do Orçamento.
Das medidas previstas, o Executivo obtivera avanço apenas ao acertar com os governadores o pacto para congelamento de gastos primários de União e das Províncias por cinco anos e a descentralização dos serviços de saúde (esta feita por decreto). A privatização da Previdência, outra das exigências do organismo internacional, ainda está em fase inicial de discussão na Câmara -mas já está sendo rechaçada por parte da base governista e pela oposição.

Exigência do Fundo
""O apoio é condicionado a esse programa, mas o Fundo está a par de que o estamos cumprindo. Nos falta a reforma (da Previdência) que faremos e não será empecilho para o anúncio do empréstimo", disse Machinea.
Desde o início da semana, o presidente Fernando de la Rúa e o próprio Machinea, insistiam que, se o Orçamento não fosse aprovado até ontem -hoje será feriado na Argentina-, o socorro poderia ser postergado para janeiro. A confirmação desse quadro fragilizaria ainda mais a economia do país, já que o governo vem sendo obrigado a pagar altíssimas taxas de juros para obter financiamento no mercado interno.
O Orçamento foi aprovado com 40 votos a favor e 3 contra. Ontem, durante o dia, começou a votação em particular dos 110 artigos. Como previsto, os senadores promoveram alterações no projeto enviado pelo presidente Fernando de la Rúa.


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