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Cobrança de IR na caderneta recebe críticas
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A proposta em estudo
pelo governo de cobrar IR
(Imposto de Renda) das
aplicações em caderneta
de poupança com depósitos superiores a R$ 30 mil
ou R$ 50 mil enfrentará
forte oposição das instituições financeiras que fazem financiamentos habitacionais.
"É um tiro no pé. Num
momento em que as taxas
de juros da economia estão caindo, aumentar a cunha fiscal da poupança significa punir quem está fazendo financiamento, pois
essas pessoas não poderão
se beneficiar da queda de
juros", defende Osvaldo
Correa Fonseca, diretor-geral da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário
e Poupança).
Para os bancos, a solução é mudar a fórmula de
cálculo da TR (taxa que
corrige as cadernetas) ou
reduzir os juros de 6% ao
ano, que são pagos por lei.
Segundo a Abecip, mesmo
que os juros básicos (Selic)
fixados pelo BC caiam para 7% ao ano, a TR não vai
variar além de 1,9% e 2,2%
anuais.
De acordo com Fonseca,
a metodologia atual não
permite que a TR seja reduzida quando há cortes
na taxa de juros. A fórmula
atual foi feita para que a taxa não oscilasse muito e,
portanto, as prestações da
casa própria ficassem relativamente constantes,
sem muito risco de inadimplência.
O aumento da tributação da poupança resolveria apenas parte do problema dos bancos, reduzindo
a competitividade da caderneta diante de fundos
de investimentos destinados ao pequeno aplicador.
Mas o IR sobre a caderneta implicaria também um
encarecimento dos recursos que hoje são a principal fonte do financiamento habitacional.
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