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CURTO-CIRCUITO
Aumento afeta parte dos consumidores de SP e os de MG, MT e MS
Tarifa de energia sobe até 32,59% para 9,7 milhões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Aneel divulgou ontem reajustes de tarifas que variam de
19,55% a 32,59%. Os aumentos
acontecem por causa do processo
de revisão tarifária e atingem 9,7
milhões de consumidores em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os aumentos vigoram desde ontem.
Os reajustes divulgados ontem
são maiores do que os percentuais
que haviam sido calculados pela
Aneel em janeiro e que estavam
sob consulta pública. Inicialmente, a agência havia calculado aumentos entre 18,77% e 28,55% a
partir de inflação estimada até
março.
Durante o processo de consulta,
empresas e consumidores contestam os valores apurados pela
agência e, além disso, a Aneel teve
de incorporar a inflação medida
pelo IGP-M, índice usado nos
contratos, de janeiro a março e
que ficou maior que a prevista.
O reajuste médio ficou em
19,55% para os clientes da CPFL e
em 31,53% para os consumidores
da Cemig. Os clientes da Cemat tiveram aumento de 26% e os da
Enersul, de 32,59%.
Os processos de revisão tarifária
acontecem, na maioria dos casos,
de quatro em quatro anos e substituem o reajuste normal. Na revisão, a Aneel analisa as contas das
empresas e sua rentabilidade e expõe os resultados à consulta pública, o que não acontece no reajuste normal.
Os aumentos de tarifa seriam
ainda maiores caso não houvesse
intervenção do governo federal.
No caso da CPFL, o aumento chegaria a 25,97%, o da Cemig,
37,95%, o da Cemat, 29,66%, e o
da Enersul, 36,9%.
Nos reajustes divulgados ontem
começou o processo de redução
dos subsídios pagos pelo consumidor residencial em benefício do
consumidor industrial. Isso aconteceu com aumentos menores para os residenciais e maiores para
os industriais. Os aumentos para
os residenciais variam de 18,57%
a 32,48%. Já para os industriais, de
20,15% a 34,52%.
A redução do subsídio da indústria deveria acontecer em quatro
anos, a uma taxa de 25% ao ano.
Para evitar reajustes muito elevados para a indústria, o que poderia pressionar a inflação, o governo decidiu atenuar o ritmo da redução do subsídio, que será de
10% neste ano, 15% em 2004 e
25% nos três anos seguintes.
O aumento extra para a indústria por conta da diminuição do
subsídio, caso não houvesse a
modificação feita pelo governo,
chegaria a 7%. Com a mudança,
ficou em torno de 2%.
Os consumidores eletrointensivos (grandes indústrias que consomem muita energia, como os
fabricantes de alumínio) que
compram energia direto das geradoras federais terão os subsídios
mantidos até 2007 desde que invistam em projetos de aumento
de oferta de energia.
O Idec (Instituto de Defesa do
Consumidor) afirma que os reajustes anunciados ontem ferem o
princípio da modicidade tarifária.
Pelo princípio, serviços essenciais, como energia, não devem
ter aumentos acima da inflação.
No momento, o Idec estuda se é
possível reverter os reajustes
anunciados. Enquanto uma solução não é encontrada, aos consumidores resta "espernear", diz o
Idec. A forma de protestar recomendada pelo instituto é o envio
de cartas à Aneel e às concessionárias de energia.
Colaborou a Reportagem Local
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