UOL


São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMENTÁRIO

Governo quer reajustes menores para conter inflação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo do PT luta para compatibilizar o respeito aos contratos, com aumentos menores na conta de luz, com o objetivo de segurar a inflação. A tarefa tem exigido saídas criativas na área de energia elétrica. Até porque, como a própria ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) reconhece, as empresas estão em crise financeira e não podem ter tarifas represadas artificialmente.
Até agora, do Ministério de Minas e Energia já saíram três soluções emergenciais: imposição de um teto para os aumentos decorrentes da revisão tarifária, diminuição do ritmo de redução do subsídio às tarifas pagas pela indústria e, por último, adiamento por um ano do repasse da desvalorização cambial nas tarifas.
Isso para não falar do seguro anti-racionamento, que deveria ter sido reajustado em 14% em janeiro e não foi. O governo tem tentado reduzir o tamanho do seguro e renegociar contratos, mas em algum momento a desvalorização cambial e a elevação do IGP-M também chegarão ao consumidor por essa via. O próximo aumento do seguro anti-racionamento deve acontecer em junho.

Choque
Até agora, a ação do governo evitou um choque tarifário de 42% para 594 mil consumidores da Enersul, distribuidora que atende Mato Grosso do Sul. Nesse caso, funcionou o teto imposto aos aumentos provocados pela revisão, e o aumento ficou limitado a 32,59% desde ontem.
Com a diminuição do processo de fim do subsídio para a indústria, evitaram-se reajustes de até 7% para esses consumidores. Nesse caso, o governo avaliou que haveria pressão sobre a inflação com o reajuste dos produtos fabricados pelas empresas.

Adiamento
As medidas do governo, no entanto, apenas adiam aumentos ou transferem a conta para o contribuinte. No caso mais recente, a conta da desvalorização cambial chegará às tarifas em 2004, a menos que o governo opte por transferir os custos para o contribuinte e ressarcir as empresas do prejuízo por meio de recursos do Tesouro. (HUMBERTO MEDINA)


Texto Anterior: Curto-circuito: Tarifa de energia sobe até 32,59% para 9,7 milhões
Próximo Texto: Cem dias: "Virei um hortelão com tantos pepinos", diz presidente do BNDES
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.