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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Problema à vista
O arroz continua em alta em plena safra. Ontem, a saca do cereal em casca da safra velha valia entre R$ 29 e R$ 30; o da safra nova está próximo de R$ 27 no Sul. A pressão no campo já passou para o atacado, que teve alta de 10% desde 25 de março, diz o analista Romeu Fiod. O próximo passo é atingir o bolso do consumidor e a inflação.

Por que sobe
Fiod diz que o arroz da safra atual, que está bastante atrasada em relação à dos anos anteriores, entra a conta-gotas. Os produtores acreditam em preços melhores mais para a frente porque a safra está com quebra de 10% a 15% na produtividade, conforme a região.

Cedo para avaliação
O analista diz que é cedo para uma avaliação da safra gaúcha, mas que não ficará nos 5,5 milhões de toneladas previstas. As estimativas mais pessimistas indicam 4,5 milhões de toneladas; as mais otimistas, 5,3 milhões. Fiod diz que de 4,8 milhões a 5 milhões de toneladas é um bom número.

Arma do governo
A quebra de safra de arroz no momento em que o país está com estoques zerados vai provocar a elevação de preços. A única arma que o governo tem para evitar isso é redução da taxa de alíquota de importação. Atualmente, a de arroz em casca é de 11,5%; a do beneficiado, de 14,5%, diz Fiod.

Importações a caminho
Estão a caminho do Brasil dois navios com arroz dos EUA. As importações vão ficar mais caras porque os norte-americanos elevaram os preços, à espera de uma definição de quanto arroz será destinado ao Iraque após a guerra.

Efeito dólar
Mais uma prova de que a soja acompanha fielmente a cotação do dólar: a valorização do real na segunda-feira derrubou os preços da oleaginosa no mercado interno. Mas ontem o dólar voltou a subir, o que poderá devolver, em parte, a queda de segunda, diz uma fonte do setor.

Mercado parado
O setor de carnes está praticamente parado. As vendas internas estão sem ritmo e a queda do dólar dificulta as exportações, segundo representantes dos principais frigoríficos do país. Com isso, o valor da arroba perde força e hoje poderá abrir em queda.

Definições no café
Os produtores de café esperam hoje um posicionamento mais claro do governo no que se refere a taxas de juros para financiamentos, estocagens, preços e leilão de opções. O ministro Roberto Rodrigues estará na abertura da Fenicafé, em Araguari (MG).

Abacaxi resistente
A Embrapa Mandioca e Fruticultura lança no dia 15, em Cruz das Almas (BA), o abacaxi "imperial", resistente à fusariose, doença que é o principal problema fitossanitário da cultura no país e que gera perdas superiores a 80% na produção.

Preços em alta
Os preços pagos aos produtores paulistas subiram 3,58% nos últimos 30 dias, diz Nelson Martin, do IEA. Banana, batata, cebola e tomate continuam liderando as altas. O tomate se destaca com evolução de 74%.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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