São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

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Passageiros relatam problemas com a Varig

DA REPORTAGEM LOCAL

No desembarque internacional do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), ainda há espaço para elogios em relação à Varig. Muitos passageiros da companhia que chegam ao Brasil, entretanto, têm reclamações pontuais dos vôos da companhia aérea, que variam de atrasos a poltronas quebradas.
"Apesar de ter viajado na classe executiva, não tinha a nécessaire com a escova de dentes. Em outubro do ano passado, em outra viagem que fiz pela Varig, não havia água na torneira. Viajo sempre pela companhia e sempre falta alguma coisa", relatava no início da semana retrasada em Cumbica James Cleary, 41, que é diretor de uma empresa de alimentos e voltava de Londres pela companhia.
Outra passageira da Varig, a argentina Soledad Sampaio, 28, que desembarcou em São Paulo após uma viagem para a República Tcheca, contava que no vôo de retorno, saindo de Munique, não tinha tido nenhum problema.
"Mas o vôo da ida foi um desastre. A cadeira de um passageiro ao meu lado estava quebrada, e não havia como trocar porque o vôo estava lotado. A minha tela de televisão com o mapa do trajeto do avião tinha problema, assim como as de muitos outros passageiros", disse.
Com uma reunião marcada em Buenos Aires, a advogada Cristina Laura Darcie, 36, se indignava com a alteração em seu vôo: sem avisar, segundo ela, a Varig incluiu uma escala em Porto Alegre, o que atrasaria o vôo em uma hora e meia. "Vou perder a reunião e ter prejuízo financeiro. Além da demora da escala, o vôo vai partir meia hora atrasado", contava.
Um dia depois do entrevero com a advogada, também pela manhã, um problema parecido ocorreu com José Antonio Pereira Júnior, presidente de uma multinacional que não conseguiu embarcar para Miami, nos Estados Unidos.
Ele teve que comprar uma passagem de outra companhia para embarcar no mesmo dia, já que a única solução apontada pela Varig para ele foi fazer uma escala em Los Angeles no vôo da noite antes de ir a Miami.
"Não me ofereceram hotel ou transporte, que é meu direito. E sou cliente Smiles Diamante [cartão que o passageiro obtém quando acumula mais de 100 mil milhas, o que lhe dá alguns benefícios adicionais], deveria ter tido algum tipo de consideração [por parte da aérea]."
Um atraso de uma hora e meia também era o problema apontado por Gustavo Martins, 25, que voltou de Munique, na Alemanha, transportado pela Varig. "Meu vôo de ida atrasou. Tenho notado também que algumas poltronas estão com problemas."
O engenheiro José Roberto Moreira, 49, e o técnico Cristiano Gomes da Silva, 31, reclamavam da falta de toalhas para secar as mãos e da baixa qualidade do papel higiênico. "O banheiro estava sujo. Em comparação com companhias internacionais, a qualidade dos vôos internacionais da Varig é bem menor", disse Moreira.
Por outro lado, muitos passageiros não economizavam elogios à aérea. "A tripulação é ótima, o tratamento muito bom. Os aviões não são mais os mesmos, é claro, mas não tivemos problemas nos vôos", dizia Celita Villanueva, 74, que viaja pela Varig há 30 anos. Ela e o marido, Xenofonte Villanueva, 80, voltavam de uma viagem a Milão, na Itália, quando ela deu a entrevista. (MP)


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