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Passageiros relatam problemas com a Varig
DA REPORTAGEM LOCAL
No desembarque internacional
do aeroporto de Cumbica, em
Guarulhos (Grande São Paulo),
ainda há espaço para elogios em
relação à Varig. Muitos passageiros da companhia que chegam ao
Brasil, entretanto, têm reclamações pontuais dos vôos da companhia aérea, que variam de atrasos
a poltronas quebradas.
"Apesar de ter viajado na classe
executiva, não tinha a nécessaire
com a escova de dentes. Em outubro do ano passado, em outra viagem que fiz pela Varig, não havia
água na torneira. Viajo sempre
pela companhia e sempre falta alguma coisa", relatava no início da
semana retrasada em Cumbica
James Cleary, 41, que é diretor de
uma empresa de alimentos e voltava de Londres pela companhia.
Outra passageira da Varig, a argentina Soledad Sampaio, 28, que
desembarcou em São Paulo após
uma viagem para a República
Tcheca, contava que no vôo de retorno, saindo de Munique, não tinha tido nenhum problema.
"Mas o vôo da ida foi um desastre. A cadeira de um passageiro ao
meu lado estava quebrada, e não
havia como trocar porque o vôo
estava lotado. A minha tela de televisão com o mapa do trajeto do
avião tinha problema, assim como as de muitos outros passageiros", disse.
Com uma reunião marcada em
Buenos Aires, a advogada Cristina Laura Darcie, 36, se indignava
com a alteração em seu vôo: sem
avisar, segundo ela, a Varig incluiu uma escala em Porto Alegre,
o que atrasaria o vôo em uma hora e meia. "Vou perder a reunião e
ter prejuízo financeiro. Além da
demora da escala, o vôo vai partir
meia hora atrasado", contava.
Um dia depois do entrevero
com a advogada, também pela
manhã, um problema parecido
ocorreu com José Antonio Pereira
Júnior, presidente de uma multinacional que não conseguiu embarcar para Miami, nos Estados
Unidos.
Ele teve que comprar uma passagem de outra companhia para
embarcar no mesmo dia, já que a
única solução apontada pela Varig para ele foi fazer uma escala
em Los Angeles no vôo da noite
antes de ir a Miami.
"Não me ofereceram hotel ou
transporte, que é meu direito. E
sou cliente Smiles Diamante [cartão que o passageiro obtém quando acumula mais de 100 mil milhas, o que lhe dá alguns benefícios adicionais], deveria ter tido
algum tipo de consideração [por
parte da aérea]."
Um atraso de uma hora e meia
também era o problema apontado por Gustavo Martins, 25, que
voltou de Munique, na Alemanha, transportado pela Varig.
"Meu vôo de ida atrasou. Tenho
notado também que algumas poltronas estão com problemas."
O engenheiro José Roberto Moreira, 49, e o técnico Cristiano Gomes da Silva, 31, reclamavam da
falta de toalhas para secar as mãos
e da baixa qualidade do papel higiênico. "O banheiro estava sujo.
Em comparação com companhias internacionais, a qualidade
dos vôos internacionais da Varig
é bem menor", disse Moreira.
Por outro lado, muitos passageiros não economizavam elogios
à aérea. "A tripulação é ótima, o
tratamento muito bom. Os aviões
não são mais os mesmos, é claro,
mas não tivemos problemas nos
vôos", dizia Celita Villanueva, 74,
que viaja pela Varig há 30 anos.
Ela e o marido, Xenofonte Villanueva, 80, voltavam de uma viagem a Milão, na Itália, quando ela
deu a entrevista.
(MP)
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