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MEDICAMENTOS
Norte-americanos querem reverter veto chinês à patente do remédio
Viagra leva EUA a pressionar China
DA REDAÇÃO
Representantes do Departamento de Comércio dos EUA planejam solicitar à China o restabelecimento da patente do Viagra,
medicamento usado para combater a disfunção erétil mais vendido no mundo, do laboratório
americano Pfizer. A medida visa
anular a decisão da Agência de
Direitos Autorais da China
(Adac), que anteontem cancelou
a patente do remédio.
O assunto será um dos abordados durante uma visita de autoridades norte-americanas a Pequim, cuja data ainda não foi definida, segundo um representante
do Departamento de Comércio,
que pediu para não ser identificado, segundo o site "Bloomberg".
Para o representante comercial
dos EUA Richard Mills, é difícil
não ver a decisão chinesa "como
um caso de infração às regras de
propriedade intelectual".
A decisão chinesa foi tomada
após o pedido de laboratórios farmacêuticos locais, que produzem
medicamentos similares ao norte-americano.
No entender da agência chinesa,
quando o laboratório norte-americano solicitou o registro da patente do Viagra, em 2001, três
anos após o lançamento mundial
do medicamento, não especificou
seus efeitos corretamente. À época, o Viagra foi registrado apenas
como um remédio para tratamento cardíaco.
Mais tarde, quando foi comprovado o efeito no combate à disfunção erétil, a farmacêutica solicitou a alteração do registro para
aumentar os usos da substância.
A maioria dos países ocidentais
aceitou as mudanças, mas países
orientais, entre os quais a China,
recusaram a alteração.
As autoridades chinesas aceitaram registrar a patente provisoriamente. A decisão final saiu anteontem, quando os chineses
aceitaram a reivindicação dos laboratórios locais, que dizem utilizar o princípio ativo do Viagra
(Sildenafil) há muitos anos.
Para o porta-voz da Pfizer,
Bryant Haskins, a quebra da patente ocorreu porque a empresa
não entregou uma série de documentos exigidos pelo governo. A
alegação da companhia era a de
que os chineses não haviam pedido todos esses papéis. Entretanto
o porta-voz não apresentou provas do pedido.
Ainda de acordo com Haskins,
a empresa entrará com um pedido de revisão da decisão. Para ele,
durante o trâmite do processo, a
venda do Viagra no país continuará normal.
Os diretores da Agência de Direitos Autorais da China não comentaram a decisão. Na próxima
semana, a agência deverá se pronunciar sobre o assunto.
Falsificações
A decisão chinesa, no entanto,
não deve abalar as vendas da empresa no país. Mesmo não divulgando números exatos, a Pfizer
admite vender poucos medicamentos na China, por conta de
falsificações e genéricos fabricados pelas farmacêuticas locais.
Segundo Haskins, as vendas no
país são prejudicadas porque a
distribuição só é permitida em
hospitais.
A fabricação de uma pílula de
Viagra custa ao laboratório norte-americano US$ 0,10 na China e é
vendida por um preço cem vezes
maior. Os genéricos locais custam
até um quinto do original norte-americano e são mais populares
entre os chineses.
Com agências internacionais
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