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Argentina e leilão fazem dólar ficar acima de R$ 1,80
da Reportagem Local
A instabilidade no mercado argentino, a taxa do IGP-DI divulgada ontem (acima do esperado)
e a incerteza gerada após o leilão
de títulos públicos promovido pelo governo fizeram o dólar comercial fechar a R$ 1,804.
Foi a cotação mais elevada da
moeda, para venda, desde o dia 24
de março, quando o dólar fechou
a R$ 1,84.
Em relação a anteontem, a moeda apresentou elevação de 1,41%.
O mercado já abriu com pressão
de alta devido às incertezas provenientes da Argentina. Os títulos
do país estavam sendo depreciados, e a Bolsa local caiu 4,36%, devido a uma greve de caminhoneiros e à possibilidade de decretação de estado de sítio no país.
"No primeiro momento, o dólar
seguiu o nervosismo externo",
afirmou Fábio Maciel, da corretora Souza Barros.
Pela manhã, o dólar atingiu pico
de R$ 1,798, mas foi recuando.
Mas à tarde, depois da divulgação
do resultado do leilão de títulos
públicos, a moeda disparou.
"O governo pagou juros altos e
nem assim conseguiu vender os
papéis. Isso gerou desconfiança.
Todo mundo saiu comprando
dólar, em busca de proteção. Ninguém quer ficar vendido em moeda norte-americana", disse José
Roberto Leme Ferraz, da corretora Safic.
A coincidência de feriados na
semana (segunda-feira foi nos
EUA e hoje é em São Paulo) gerou
pouca entrada de recursos e escassez de moeda. Segundo operadores, não houve movimento do
Banco Central para conter a alta.
A Bolsa de Valores de São Paulo
acompanhou a instabilidade externa, caindo 2%.
A divulgação do IGP-DI de
1,02% também causou pessimismo, pois a inflação ficou acima do
que vinha sendo esperado
-mesmo com os aumentos das
tarifas públicas.
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