São Paulo, Sexta-feira, 09 de Julho de 1999
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Argentina e leilão fazem dólar ficar acima de R$ 1,80

da Reportagem Local

A instabilidade no mercado argentino, a taxa do IGP-DI divulgada ontem (acima do esperado) e a incerteza gerada após o leilão de títulos públicos promovido pelo governo fizeram o dólar comercial fechar a R$ 1,804.
Foi a cotação mais elevada da moeda, para venda, desde o dia 24 de março, quando o dólar fechou a R$ 1,84.
Em relação a anteontem, a moeda apresentou elevação de 1,41%.
O mercado já abriu com pressão de alta devido às incertezas provenientes da Argentina. Os títulos do país estavam sendo depreciados, e a Bolsa local caiu 4,36%, devido a uma greve de caminhoneiros e à possibilidade de decretação de estado de sítio no país.
"No primeiro momento, o dólar seguiu o nervosismo externo", afirmou Fábio Maciel, da corretora Souza Barros.
Pela manhã, o dólar atingiu pico de R$ 1,798, mas foi recuando. Mas à tarde, depois da divulgação do resultado do leilão de títulos públicos, a moeda disparou.
"O governo pagou juros altos e nem assim conseguiu vender os papéis. Isso gerou desconfiança. Todo mundo saiu comprando dólar, em busca de proteção. Ninguém quer ficar vendido em moeda norte-americana", disse José Roberto Leme Ferraz, da corretora Safic.
A coincidência de feriados na semana (segunda-feira foi nos EUA e hoje é em São Paulo) gerou pouca entrada de recursos e escassez de moeda. Segundo operadores, não houve movimento do Banco Central para conter a alta.
A Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou a instabilidade externa, caindo 2%.
A divulgação do IGP-DI de 1,02% também causou pessimismo, pois a inflação ficou acima do que vinha sendo esperado -mesmo com os aumentos das tarifas públicas.


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