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VEÍCULOS
Secretária argentina afirma que autoridades do Brasil tinham desde 25 de julho decreto sobre o acordo automotivo
Argentina diz que não retoma negociação
GUSTAVO CHACRA
DE BUENOS AIRES
A secretária de Indústria e Comércio da Argentina, Débora
Giorgi, afirmou que o governo
brasileiro tinha o decreto argentino, que colocou em vigor o acordo automotivo na Argentina, desde o dia 25 de julho, uma semana
antes do início da vigência.
"Por esse motivo, não reabriremos qualquer negociação nesse
sentido. A Argentina colocou em
vigência o que estava assinado em
um acordo bilateral após sete meses de conversações", disse.
A afirmação foi uma resposta à
acusação do ministro do Desenvolvimento do Brasil, Alcides Tápias, de que a Argentina estaria
interpretando de forma equivocada o acordo ao considerar como
48% o total de peças produzidas
no país e não 30%, conforme prevê o acordo.
Além disso, os argentinos devem uma explicação por terem
anunciado o acordo unilateralmente, sem esperar que o acordo
fosse submetido à Aladi (Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração).
Desse modo, por enquanto, segundo Tápias, o acordo foi suspenso. No entanto Giorgi, que
preferiu não comentar a questão
da Aladi, rebate e diz que, tecnicamente a Argentina já colocou em
prática o acordo, "com toda a solidez técnica que corresponde".
O secretário-geral da Presidência da Argentina, Jorge de la Rúa,
afirmou, para tentar apaziguar os
ânimos, que os dois países acabaram chegando a um acordo sobre
o problema.
A briga entre Brasil e Argentina
sobre como implementar o acordo automotivo pode prejudicar o
comércio de carros entre os dois
países, segundo o embaixador extraordinário do Mercosul, José
Botafogo Gonçalves.
Botafogo espera, no entanto,
que se chegue logo a uma solução
para o impasse. "Não interessa a
ninguém a paralisia do comércio", disse ele.
Para Botafogo, não é porque algumas autoridades da Argentina
afirmam que não estão dispostas
a mudar a sua posição, que os
"obstáculos são inamovíveis".
Na próxima reunião para aparar as arestas, Botafogo também
quer incluir o Paraguai e o Uruguai dentro do acerto.
"Se não houver uma rápida solução para as diferenças, isso poderá ter impacto negativo sobre a
normalidade do comércio", afirmou Botafogo, ao anunciar a intenção do Brasil em negociar com
a Argentina, no próximo dia 16.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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