São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2000


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VEÍCULOS
Secretária argentina afirma que autoridades do Brasil tinham desde 25 de julho decreto sobre o acordo automotivo
Argentina diz que não retoma negociação

GUSTAVO CHACRA
DE BUENOS AIRES

A secretária de Indústria e Comércio da Argentina, Débora Giorgi, afirmou que o governo brasileiro tinha o decreto argentino, que colocou em vigor o acordo automotivo na Argentina, desde o dia 25 de julho, uma semana antes do início da vigência.
"Por esse motivo, não reabriremos qualquer negociação nesse sentido. A Argentina colocou em vigência o que estava assinado em um acordo bilateral após sete meses de conversações", disse.
A afirmação foi uma resposta à acusação do ministro do Desenvolvimento do Brasil, Alcides Tápias, de que a Argentina estaria interpretando de forma equivocada o acordo ao considerar como 48% o total de peças produzidas no país e não 30%, conforme prevê o acordo.
Além disso, os argentinos devem uma explicação por terem anunciado o acordo unilateralmente, sem esperar que o acordo fosse submetido à Aladi (Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração).
Desse modo, por enquanto, segundo Tápias, o acordo foi suspenso. No entanto Giorgi, que preferiu não comentar a questão da Aladi, rebate e diz que, tecnicamente a Argentina já colocou em prática o acordo, "com toda a solidez técnica que corresponde".
O secretário-geral da Presidência da Argentina, Jorge de la Rúa, afirmou, para tentar apaziguar os ânimos, que os dois países acabaram chegando a um acordo sobre o problema.
A briga entre Brasil e Argentina sobre como implementar o acordo automotivo pode prejudicar o comércio de carros entre os dois países, segundo o embaixador extraordinário do Mercosul, José Botafogo Gonçalves.
Botafogo espera, no entanto, que se chegue logo a uma solução para o impasse. "Não interessa a ninguém a paralisia do comércio", disse ele.
Para Botafogo, não é porque algumas autoridades da Argentina afirmam que não estão dispostas a mudar a sua posição, que os "obstáculos são inamovíveis".
Na próxima reunião para aparar as arestas, Botafogo também quer incluir o Paraguai e o Uruguai dentro do acerto.
"Se não houver uma rápida solução para as diferenças, isso poderá ter impacto negativo sobre a normalidade do comércio", afirmou Botafogo, ao anunciar a intenção do Brasil em negociar com a Argentina, no próximo dia 16.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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