São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2000


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PIRATARIA
Produtos são apreendidos na alfândega do porto do Rio; importadora da boneca Barbie enfrenta o mesmo problema
Nike manda destruir 45 mil pares de tênis falsificados

MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 45 mil pares de tênis começaram a ser destruídos ontem pela Receita no Rio de Janeiro. Os produtos, falsificações da marca Nike, foram apreendidos no porto da cidade. A destruição foi solicitada pela empresa.
Segundo Carlos Eugênio Seiblitz, inspetor substituto da alfândega do porto do Rio de Janeiro, existem 80 mil pares de tênis apreendidos. Cerca de 75 mil são da marca Nike.
Ele explica que existem quatro destinos para bens apreendidos na alfândega: leilão, doação, incorporação para uso do Estado e destruição. No caso de falsificação, a doação precisa ser autorizada pelo detentor da marca.
Segundo Katia Gianone, gerente de comunicação da Nike, a empresa opta pela destruição para garantir a qualidade dos produtos comprados pelo consumidor e para proteger a marca.
Ela afirmou que a empresa tem programas de auxílio à comunidade que não se misturam com o combate à pirataria. "Quando decidimos doar produtos, eles são originais", disse.
Os tênis falsificados estão sendo destruídos por máquina comprada pela empresa especialmente para esse fim.
A Nike estima que entrem todo ano no mercado brasileiro 1 milhão de pares de tênis falsificados. Segundo Katia, a estimativa é que a empresa deixa de faturar, no Brasil, por causa da pirataria com seus produtos, R$ 50 milhões todo ano.
Outra empresa que enfrenta problemas com pirataria é a Mattel, que importa a boneca Barbie. Segundo Cristina Lara, gerente de produto da empresa, são vendidas, todo ano, no Brasil, aproximadamente 1,5 milhão de bonecas falsificadas. O número é idêntico ao de bonecas originais vendidas no mercado brasileiro.
Cristina afirma que a pirataria de bonecas gera um prejuízo estimado em US$ 10 milhões para a empresa. "Isso não contabiliza a falsificação de outros itens, como roupas e acessórios", diz.
Ela afirmou que a empresa não tem programas específicos de combate à pirataria. "Estamos apenas há dois anos no Brasil e só descobrimos as falsificações quando elas chegam ao mercado. Não encontramos ainda um meio eficiente para combater a pirataria" afirmou Cristina.



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