São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2000


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TELEFONIA
Splice acusa Motorola e Nextel
Anatel apura denúncia de prática de monopólio

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) decidiu investigar denúncia feita pela empresa Splice do Brasil contra a Motorola e a Nextel por suposta tentativa de domínio do mercado de ""trunking": serviço de telefonia móvel para uso empresarial semelhante ao celular.
A Nextel é a maior empresa mundial de ""trunking", com atuação em nove países e 6,2 milhões de assinantes, e chegou ao Brasil em janeiro de 1997.
As empresas não informam o número de clientes, mas o mercado é dominado, nesta ordem, pela Nextel e pela Metrophone, que são as únicas com tecnologia digital. A Metrophone tem como acionistas a Comcast norte-americana, o grupo mexicano Carso e investidores nacionais.
No dia 10 de julho, o presidente da Splice, Antônio Roberto Beldi, entregou documento à Anatel afirmando que a Motorola estaria se recusando a vender equipamentos com tecnologia digital para concorrentes da Nextel. Segundo a Splice, a Motorola e Nextel são sócias e teriam contrato de exclusividade. As duas acusadas são norte-americanas. A Splice é de capital nacional e explora o serviço de telefonia celular nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Beldi diz opera em várias regiões do país com equipamentos analógicos e que recentemente solicitou novas licenças à Anatel. Enquanto seu pedido tramitava na agência, a Splice entrou em contato com os dois fabricantes de sistemas digitais: Ericsson e Motorola. A primeira é fornecedora da Metrophone, principal concorrente da Nextel.
Segundo Beldi, a Ericsson respondeu que havia ""tirado de linha" seus produtos, enquanto a Motorola alegou possuir compromisso de exclusividade com a Nextel. O empresário diz que o contrato de exclusividade dará monopólio de mercado à Nextel, uma vez que tecnologia analógica não compete com a digital. A Splice quer que o governo obrigue a Motorola a vender seu produto a outras empresas no país.
O vice-presidente da Anatel, Luiz Francisco Perrone, disse que a agência já está examinando o caso e deve encaminhar o resultado da investigação ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A Folha tentou ouvir a Motorola e a Nextel desde quinta-feira, mas, até ontem à noite, elas não deram declarações sobre o assunto.



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