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TELEFONIA
Splice acusa Motorola e Nextel
Anatel apura denúncia de prática de monopólio
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) decidiu investigar denúncia feita pela empresa Splice do Brasil contra a
Motorola e a Nextel por suposta
tentativa de domínio do mercado
de ""trunking": serviço de telefonia móvel para uso empresarial
semelhante ao celular.
A Nextel é a maior empresa
mundial de ""trunking", com
atuação em nove países e 6,2 milhões de assinantes, e chegou ao
Brasil em janeiro de 1997.
As empresas não informam o
número de clientes, mas o mercado é dominado, nesta ordem, pela
Nextel e pela Metrophone, que
são as únicas com tecnologia digital. A Metrophone tem como
acionistas a Comcast norte-americana, o grupo mexicano Carso e
investidores nacionais.
No dia 10 de julho, o presidente
da Splice, Antônio Roberto Beldi,
entregou documento à Anatel
afirmando que a Motorola estaria
se recusando a vender equipamentos com tecnologia digital para concorrentes da Nextel. Segundo a Splice, a Motorola e Nextel
são sócias e teriam contrato de exclusividade. As duas acusadas são
norte-americanas. A Splice é de
capital nacional e explora o serviço de telefonia celular nas regiões
Norte e Centro-Oeste.
Beldi diz opera em várias regiões do país com equipamentos
analógicos e que recentemente
solicitou novas licenças à Anatel.
Enquanto seu pedido tramitava
na agência, a Splice entrou em
contato com os dois fabricantes
de sistemas digitais: Ericsson e
Motorola. A primeira é fornecedora da Metrophone, principal
concorrente da Nextel.
Segundo Beldi, a Ericsson respondeu que havia ""tirado de linha" seus produtos, enquanto a
Motorola alegou possuir compromisso de exclusividade com a
Nextel. O empresário diz que o
contrato de exclusividade dará
monopólio de mercado à Nextel,
uma vez que tecnologia analógica
não compete com a digital. A Splice quer que o governo obrigue a
Motorola a vender seu produto a
outras empresas no país.
O vice-presidente da Anatel,
Luiz Francisco Perrone, disse que
a agência já está examinando o
caso e deve encaminhar o resultado da investigação ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica).
A Folha tentou ouvir a Motorola e a Nextel desde quinta-feira,
mas, até ontem à noite, elas não
deram declarações sobre o assunto.
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