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MEGA PACOTE
Acordo com o FMI prevê que taxa deste ano poderá chegar a 9%, mas BC diz que objetivo continua sendo 3,5%
Meta maior de inflação pode derrubar juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo conseguiu elevar a
meta de inflação deste ano prevista no acordo com o FMI (Fundo
Monetário Internacional), o que
abre mais espaço para reduzir os
juros. Pelo previsto no novo acordo, a inflação em 2002 poderá
chegar a 9%. A meta interna, fixada para o governo, continua em
3,5%, podendo chegar a 5,5%.
O acordo anterior, que terminaria em dezembro deste ano, fixava
as metas trimestrais de inflação
apenas para junho (5,3%) e setembro (4,2%) -com tolerância
de dois pontos percentuais. Com
a mudança anunciada ontem, a
meta de setembro foi para 8% e a
de dezembro, para 6,5%, ambas
com tolerância de 2,5 pontos percentuais.
Ou seja, a inflação deste ano, observadas as metas fixadas no novo
acordo com o FMI, poderá chegar
a 9%. Com isso, o Banco Central
terá mais espaço para reduzir os
juros básicos da economia, hoje
em 18% ao ano. Juros menores estimulam a atividade econômica, o
que ajuda a gerar mais emprego.
Pelas projeções já divulgadas
pelo BC, a inflação deste ano medida pelo IPCA deverá ficar acima
do limite de 5,5% da meta.
Ao anunciar as metas de inflação definidas no acordo com o
FMI, o presidente do BC, Armínio
Fraga, fez questão de afirmar que
a meta interna a ser perseguida
pelo governo não foi alterada.
Questionado se o acordo com o
FMI previa alguma tendência para a taxa de juros, Armínio afirmou que essa é uma decisão que o
Copom (Comitê de Política Monetária), integrado pelos diretores
do BC, vai analisar mensalmente e
não há como antecipar isso.
Nas últimas atas das reuniões do Copom, o BC também já deixou claro que o mais importante para a política monetária (definição da taxa de juros) é a tendência
da inflação -considerada hoje de queda- num período de 18 a 24
meses e não apenas a projeção para o período de 12 meses (janeiro
a dezembro).
No novo acordo com o FMI, as metas trimestrais de inflação, sempre para o período dos últimos 12 meses, para 2003 são as seguintes: 6% para março, 5,5% para junho e 5% para setembro. Em todos os casos, a margem de tolerância é de 2,5 pontos percentuais, segundo informou o presidente do BC.
Em junho, quando fixou em 3,5% a meta de inflação para 2004, o governo elevou a meta de 2003 de 3,25% para 4% e ampliou de 2 para 2,5 pontos percentuais a
margem de tolerância.
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