São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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MEGA PACOTE

Acordo com o FMI prevê que taxa deste ano poderá chegar a 9%, mas BC diz que objetivo continua sendo 3,5%

Meta maior de inflação pode derrubar juros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo conseguiu elevar a meta de inflação deste ano prevista no acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o que abre mais espaço para reduzir os juros. Pelo previsto no novo acordo, a inflação em 2002 poderá chegar a 9%. A meta interna, fixada para o governo, continua em 3,5%, podendo chegar a 5,5%.
O acordo anterior, que terminaria em dezembro deste ano, fixava as metas trimestrais de inflação apenas para junho (5,3%) e setembro (4,2%) -com tolerância de dois pontos percentuais. Com a mudança anunciada ontem, a meta de setembro foi para 8% e a de dezembro, para 6,5%, ambas com tolerância de 2,5 pontos percentuais.
Ou seja, a inflação deste ano, observadas as metas fixadas no novo acordo com o FMI, poderá chegar a 9%. Com isso, o Banco Central terá mais espaço para reduzir os juros básicos da economia, hoje em 18% ao ano. Juros menores estimulam a atividade econômica, o que ajuda a gerar mais emprego.
Pelas projeções já divulgadas pelo BC, a inflação deste ano medida pelo IPCA deverá ficar acima do limite de 5,5% da meta.
Ao anunciar as metas de inflação definidas no acordo com o FMI, o presidente do BC, Armínio Fraga, fez questão de afirmar que a meta interna a ser perseguida pelo governo não foi alterada.
Questionado se o acordo com o FMI previa alguma tendência para a taxa de juros, Armínio afirmou que essa é uma decisão que o Copom (Comitê de Política Monetária), integrado pelos diretores do BC, vai analisar mensalmente e não há como antecipar isso.
Nas últimas atas das reuniões do Copom, o BC também já deixou claro que o mais importante para a política monetária (definição da taxa de juros) é a tendência da inflação -considerada hoje de queda- num período de 18 a 24 meses e não apenas a projeção para o período de 12 meses (janeiro a dezembro).
No novo acordo com o FMI, as metas trimestrais de inflação, sempre para o período dos últimos 12 meses, para 2003 são as seguintes: 6% para março, 5,5% para junho e 5% para setembro. Em todos os casos, a margem de tolerância é de 2,5 pontos percentuais, segundo informou o presidente do BC.
Em junho, quando fixou em 3,5% a meta de inflação para 2004, o governo elevou a meta de 2003 de 3,25% para 4% e ampliou de 2 para 2,5 pontos percentuais a margem de tolerância.



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