DA SUCURSAL DO RIO

Os indicadores industriais de junho da CNI (Confederação Nacional da Indústria) para a indústria de transformação, divulgados ontem, mostram um quadro praticamente generalizado de desempenho negativo das principais variáveis pesquisadas no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2001. As vendas caíram 1,89%, o pessoal empregado, 0,74%, e os salários líquidos reais, 0,66%.
A exceção ficou com as horas trabalhadas na produção, que cresceram 0,32%. Em junho, houve queda de 3,84% das vendas em relação a junho de 2001, mas em relação a maio, descontados os fatores sazonais (típicos de cada período, como os feriados de são João no Nordeste), elas cresceram 4,23%. O pessoal empregado foi menor, tanto em relação a junho de 2001 (0,44%) como a maio deste ano (0,06%, dessazonalizado).
Apesar do quadro negativo da primeira metade do ano, a economista Simone Saisse, da CNI, considera que as perspectivas são de melhoria. Segundo ela, o segundo semestre deverá ser melhor, tanto na comparação com o ano passado como no desempenho mês a mês deste ano. Simone previu que na soma dos 12 meses deste ano haverá crescimento "entre 1% e 2%" nas vendas industriais.
Para que isso ocorra é necessário que neste semestre haja crescimento próximo a 4% sobre a segunda metade de 2001. A previsão para o ano é modesta se comparada com a alta de 11,7% no faturamento da indústria no ano passado. Mas, na avaliação da economista, o importante é que há sinais de reversão de expectativas.
"Não me surpreenderei se, neste semestre, tivermos um resultado melhor do que se previa há dois meses. Estamos em um momento que pode ser de virada."
Entre os fatores enumerados por Simone como propícios à melhora estão o acordo do Brasil com o FMI e a queda dos juros de 18,5% para 18%.



Texto Anterior: Conjuntura: Produção industrial fica estável no semestre
Próximo Texto: Vale anuncia investimentos de US$ 6 bilhões no país até 2007
Índice