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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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Bancos aprovam compulsório menor e cortam taxa

DA REPORTAGEM LOCAL

Três bancos privados -Bradesco, Itaú e Unibanco- anunciaram ontem novas quedas nas taxas de juros de suas principais linhas de crédito, em consequência da redução do compulsório sobre depósitos à vista.
Já a Caixa Econômica Federal informou que baixará os juros até o final do mês.
Os cortes nas taxas mensais ficaram entre 0,22 e 0,90 ponto percentual, no Bradesco, entre 0,20 e 0,45 ponto percentual, no caso do Itaú, e entre 0,10 e 1 ponto percentual no Unibanco. "A decisão de reduzir o compulsório é, sem dúvida, a medida mais eficiente para reduzir as taxas de juros", diz Rogério Estevão, diretor de produtos do Unibanco.
O Bradesco fez o maior corte: a taxa mínima caiu de 4,80% ao mês para 3,90%.
"Nosso objetivo é ampliar os volumes de crédito, e essa queda de juros nos nossos produtos vai abrir espaço para uma nova demanda, principalmente por ter sido efetivada em linhas de grande utilização", disse Márcio Cypriano, presidente do Bradesco.
No Itaú, o maior corte foi na taxa máxima cobrada no cheque especial, reduzida em 0,45 ponto. Essa linha caiu de 9,35% para 8,90% ao mês.

Custo menor
Para as empresas, o custo do dinheiro também foi reduzido nos dois bancos. O Bradesco encolheu sua taxa mínima para descontos de duplicatas e cheque especial para pessoa jurídica de 2,75% para 2,52% ao mês (queda de 0,23 ponto) e a taxa mínima para capital de giro de 3,75% para 3,53% (menos 0,22 ponto).
No Itaú, a taxa máxima para desconto de duplicatas caiu de 4,30% para 3,95% ao mês (menos 0,35 ponto) e a mínima foi de 3,30% para 2,95% ao mês (menos 0,35 ponto). Já a taxa do cheque especial para pessoa jurídica (varejo) foi de 8,30% para 7,90% ao mês (menos 0,40 ponto).
Segundo Roberto Setúbal, presidente do Itaú, "o banco continuará atento a novas reduções de taxas, sempre que houver reduções da taxa Selic e do compulsório". O corte anunciado ontem foi o quarto feito pelo banco neste ano. O presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Gabriel Jorge Ferreira, comemorou a redução do compulsório sobre depósitos à vista de 60% para 45%, mas ressaltou que o ideal seria uma retenção que ficasse entre 25% e 30%.

Liquidez
Segundo o executivo, esse patamar representaria o retorno para a média histórica do país. Para ele, o volume de recursos arrecadados com o compulsório ainda permitem a redução maior desse taxa, o que ajudaria, segundo a entidade, a reaquecer a economia.
A redução do compulsório, segundo explicou Ferreira, possibilita a liberação de mais recursos para os bancos. A perspectiva é que ela irá trazer para o mercado cerca de R$ 7,5 bilhões até R$ 8 bilhões. (SB)


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