|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bancos aprovam compulsório menor e cortam taxa
DA REPORTAGEM LOCAL
Três bancos privados -Bradesco, Itaú e Unibanco- anunciaram ontem novas quedas nas
taxas de juros de suas principais
linhas de crédito, em consequência da redução do compulsório
sobre depósitos à vista.
Já a Caixa Econômica Federal
informou que baixará os juros até
o final do mês.
Os cortes nas taxas mensais ficaram entre 0,22 e 0,90 ponto percentual, no Bradesco, entre 0,20 e
0,45 ponto percentual, no caso do
Itaú, e entre 0,10 e 1 ponto percentual no Unibanco. "A decisão de
reduzir o compulsório é, sem dúvida, a medida mais eficiente para
reduzir as taxas de juros", diz Rogério Estevão, diretor de produtos
do Unibanco.
O Bradesco fez o maior corte: a
taxa mínima caiu de 4,80% ao
mês para 3,90%.
"Nosso objetivo é ampliar os
volumes de crédito, e essa queda
de juros nos nossos produtos vai
abrir espaço para uma nova demanda, principalmente por ter sido efetivada em linhas de grande
utilização", disse Márcio Cypriano, presidente do Bradesco.
No Itaú, o maior corte foi na taxa máxima cobrada no cheque especial, reduzida em 0,45 ponto.
Essa linha caiu de 9,35% para
8,90% ao mês.
Custo menor
Para as empresas, o custo do dinheiro também foi reduzido nos
dois bancos. O Bradesco encolheu
sua taxa mínima para descontos
de duplicatas e cheque especial
para pessoa jurídica de 2,75% para 2,52% ao mês (queda de 0,23
ponto) e a taxa mínima para capital de giro de 3,75% para 3,53%
(menos 0,22 ponto).
No Itaú, a taxa máxima para
desconto de duplicatas caiu de
4,30% para 3,95% ao mês (menos
0,35 ponto) e a mínima foi de
3,30% para 2,95% ao mês (menos
0,35 ponto). Já a taxa do cheque
especial para pessoa jurídica (varejo) foi de 8,30% para 7,90% ao
mês (menos 0,40 ponto).
Segundo Roberto Setúbal, presidente do Itaú, "o banco continuará atento a novas reduções de
taxas, sempre que houver reduções da taxa Selic e do compulsório". O corte anunciado ontem foi
o quarto feito pelo banco neste
ano. O presidente da Febraban
(Federação Brasileira dos Bancos), Gabriel Jorge Ferreira, comemorou a redução do compulsório sobre depósitos à vista de
60% para 45%, mas ressaltou que
o ideal seria uma retenção que ficasse entre 25% e 30%.
Liquidez
Segundo o executivo, esse patamar representaria o retorno para
a média histórica do país. Para ele,
o volume de recursos arrecadados
com o compulsório ainda permitem a redução maior desse taxa, o
que ajudaria, segundo a entidade,
a reaquecer a economia.
A redução do compulsório, segundo explicou Ferreira, possibilita a liberação de mais recursos
para os bancos. A perspectiva é
que ela irá trazer para o mercado
cerca de R$ 7,5 bilhões até R$ 8 bilhões.
(SB)
Texto Anterior: Bastidores: Argumentos técnicos contiveram pressão política Próximo Texto: Rendimento sobre 8% é mantido Índice
|