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São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

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LUSCO-FUSCO

No Sudeste, indústria usa 2,4% a menos de luz

Consumo de energia cresce menos do que o projetado no 1º semestre

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O consumo de energia no primeiro semestre aumentou 5,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Eletrobrás. Apesar disso, ficou 2,7% abaixo do que estava previsto pelos técnicos do governo.
A menor taxa de crescimento foi a da indústria, que consumiu 2,3% a mais de energia nos seis primeiros meses de 2003 em relação ao mesmo período de 2002. Ainda assim o resultado da indústria ficou 4,9% abaixo do previsto pelo governo.
A retração na economia neste ano vem sendo apontada pela Eletrobrás como causa do baixo consumo de energia pela indústria, responsável por 44% do uso de eletricidade do país. No mês de junho, ela foi a única classe de consumo que usou menos energia do que no mesmo mês de 2002 -redução de 1%.
Na região Sudeste, que tem o maior consumo de energia e onde está localizada a maior parte das indústrias, a retomada do consumo após o racionamento tem sido ainda mais lenta. Nessa região, o consumo de energia da indústria no primeiro semestre caiu 2,4% sobre o mesmo período de 2002.
No mês de junho deste ano, em relação ao mesmo mês do ano anterior, a queda no consumo de energia pela indústria no Sudeste foi ainda maior -6,6%.
O consumo de energia pela indústria cresceu a taxas altas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sul (que não passou pelo racionamento em 2001 e 2002). No Centro-Oeste, o setor industrial consumiu 36,2% mais energia no primeiro semestre deste ano do que no mesmo período de 2002. Na região Norte, o acréscimo foi de 10,1%, e, na região Sul, de 6,7%.

Consumo residencial
O consumo residencial de energia teve a maior taxa de crescimento no primeiro semestre -aumentou 8,1% em relação a 2002. Na região Nordeste, esse aumento foi ainda maior, de 15,5%. Na região Sudeste, o incremento foi de 8,6%.
Entre junho de 2002 e junho deste ano, o mercado residencial foi ampliado com a participação de 1,3 milhão de novos consumidores. O consumo médio, no entanto, não tem aumentado desde março, quando se estabeleceu em 142 kWh/mês. Esse patamar é 9,2% superior ao de junho/02.

Cenário
Segundo a Eletrobrás, "o cenário adotado como referência assume que a economia irá melhorar a partir de 2004, quando se ampliarão gradualmente os investimentos em políticas regionais, de forma a aproveitar as vantagens competitivas locais".
No cenário de referência da Eletrobrás, o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas do país) cresce 3,8% ao ano entre 2004 e 2007 e 4,9% ao ano entre 2008 e 2013. No pior cenário, o crescimento do PIB é de 3,2% ao ano entre 2004 e 2007 e 3,9% entre 2008 e 2013.


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