São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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Intervenção de Bush nos portos ajuda Bolsa de NY a fechar em alta

DA REDAÇÃO

Depois de quatro pregões consecutivos em queda, as Bolsas norte-americanas fecharam em alta ontem, graças à perspectiva do fim na disputa trabalhista que paralisa os portos da Costa Oeste norte-americana há dez dias. O locaute já afeta a produção de fábricas que dependem de componentes importados da Ásia.
O índice Dow Jones fechou em alta de 1,06%. A Nasdaq ganhou 0,88%, e o índice Standard & Poor's 500 subiu 1,41%.
Em julho, os 10,5 mil estivadores dos 29 portos da Costa Oeste começaram a trabalhar em ritmo lento ("operação tartaruga") para forçar os empresários a aceitar um novo contrato. Os administradores dos portos, em represália, iniciaram um locaute no final do mês passado.
A disputa trabalhista, que tem custo diário de US$ 2 bilhões à economia do país, já começava a resvalar no mercado financeiro. Em meio a um período de instabilidade elevada, o presidente dos EUA, George W. Bush, decidiu intervir no impasse.
"A paralisação está prejudicando toda a economia", afirmou Bush. "Está prejudicando caminhoneiros e trens que transportam produtos e componentes. Está prejudicando produtores rurais, comerciantes e fábricas."
Advogados do governo vão pedir à Justiça que determine um "armistício" de ao menos 30 dias, para que os portos voltem a operar ainda nesta semana. O antigo contrato de trabalho continuaria valendo por esse período, e, enquanto isso, o sindicato dos estivadores e os administradores portuários voltariam à mesa de negociações.
"Qualquer progresso na disputa será positivo para o mercado", disse Bob Basel, corretor do banco Salomon Smith Barney.
Balanços positivos também deram uma injeção de ânimo às Bolsas. As ações da PepsiCo ganharam 15% depois de a empresa ter divulgado um salto nos lucros. A rival Coca-Cola subiu 4%.
O pronunciamento de Bush, anteontem à noite, sobre o Iraque, deixou aberta a possibilidade para uma solução negociada, sem a necessidade de uma intervenção militar. Com isso, cedeu o estresse dos investidores em relação a uma guerra no golfo Pérsico, que poderia ser um fator de desestabilização da economia dos EUA.


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