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SAIBA MAIS
Exportações, ajustes e até moratória levaram à reação
DA REDAÇÃO
Como a Rússia conseguiu, cinco anos após um calote generalizado em seus débitos públicos e
privados, chegar à condição de
"investment grade" -ou seja, ao
nível em que os mercados acreditam que não haja risco de calote?
A chave para a resposta pode estar justamente na moratória decretada em agosto de 1998, aliada
à queda na cotação do rublo.
Ao desvalorizar sua moeda, a
Rússia beneficiou suas exportações -que se concentram principalmente em petróleo e gás. Além
disso, a alta nos preços internacionais dessas commodities desde
então favoreceu a balança comercial russa e, consequentemente,
elevou suas reservas em dólares.
Paralelamente, o governo foi
decretando sucessivas moratórias
sempre que avistava uma programação de pagamentos incompatível com seu nível de reservas.
Apesar disso, o FMI (Fundo
Monetário Internacional) mantinha conversas de ajuda com o
país, que recebia ainda apoio de
credores como EUA e Alemanha.
A combinação entre aumento
das exportações, fortalecimento
das reservas e apoio internacional
já pôde ser sentida no ano seguinte à moratória, quando o PIB cresceu 5%. Vieram a reboque fortalecimento da indústria e uma balança comercial robustíssima,
com superávit de mais de US$ 60
bilhões no ano passado. Para este
ano, a EIU -escritório de estudos da revista "The Economist"- prevê crescimento da ordem de 6% e superávit nas contas
externas de 8% do PIB.
Mas nem só de receituário heterodoxo viveu a economia russa. O
país adotou reformas estruturais
-defendidas pelo FMI- como
tributária, legal e previdenciária.
Por fim, mas não menos importante: a Rússia tem cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das
Nações Unidas). Por isso, era de
esperar que, a despeito das sucessivas moratórias, o país mantivesse cuidadoso apoio internacional.
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