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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003

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Exportações, ajustes e até moratória levaram à reação

DA REDAÇÃO

Como a Rússia conseguiu, cinco anos após um calote generalizado em seus débitos públicos e privados, chegar à condição de "investment grade" -ou seja, ao nível em que os mercados acreditam que não haja risco de calote?
A chave para a resposta pode estar justamente na moratória decretada em agosto de 1998, aliada à queda na cotação do rublo.
Ao desvalorizar sua moeda, a Rússia beneficiou suas exportações -que se concentram principalmente em petróleo e gás. Além disso, a alta nos preços internacionais dessas commodities desde então favoreceu a balança comercial russa e, consequentemente, elevou suas reservas em dólares.
Paralelamente, o governo foi decretando sucessivas moratórias sempre que avistava uma programação de pagamentos incompatível com seu nível de reservas.
Apesar disso, o FMI (Fundo Monetário Internacional) mantinha conversas de ajuda com o país, que recebia ainda apoio de credores como EUA e Alemanha.
A combinação entre aumento das exportações, fortalecimento das reservas e apoio internacional já pôde ser sentida no ano seguinte à moratória, quando o PIB cresceu 5%. Vieram a reboque fortalecimento da indústria e uma balança comercial robustíssima, com superávit de mais de US$ 60 bilhões no ano passado. Para este ano, a EIU -escritório de estudos da revista "The Economist"- prevê crescimento da ordem de 6% e superávit nas contas externas de 8% do PIB.
Mas nem só de receituário heterodoxo viveu a economia russa. O país adotou reformas estruturais -defendidas pelo FMI- como tributária, legal e previdenciária.
Por fim, mas não menos importante: a Rússia tem cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Por isso, era de esperar que, a despeito das sucessivas moratórias, o país mantivesse cuidadoso apoio internacional.


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