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TRABALHO 2
Central propõe criação de 1 milhão de empregos
CUT diz que "as vacas ainda estão magras" e pede frente de trabalho
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de se reunir por quase
duas horas com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e propor a
criação emergencial de 1 milhão
de postos de trabalho, ontem, no
Palácio do Planalto, o presidente
da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, afirmou, referindo-se à economia,
que "as vacas ainda estão magras
e vai demorar um tempo para elas
engordarem".
Na quinta passada, Lula afirmou: "O tempo das vacas magras
já passou" e "todo o sacrifício que
tinha que ser feito já foi feito".
Marinho, acompanhado de sete
sindicalistas, reuniu-se com Lula
e com os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e
Jaques Wagner (Trabalho). Pediu
ao governo a criação de 1 milhão
de "empregos emergenciais" por
um período de seis meses.
"Seria uma versão da frente de
trabalho. Há um problema relacionado a esse nome, mas seria isso mesmo", disse Marinho.
O governo prometeu estudar a
proposta e dar uma resposta na
última semana do mês, no máximo, na primeira de novembro.
Pela proposta da CUT, trabalhadores urbanos seriam empregados em serviços de limpeza, obras
de saneamento básico e outros setores da administração pública.
Receberiam R$ 240 mensais e teriam emprego garantido por um
período de seis meses.
"Estamos preocupados com o
tamanho do desemprego no Brasil. Diferentemente dos outros
anos, quando o desemprego já estava em queda neste momento,
neste ano está se mantendo numa
taxa de 13%", afirmou Marinho.
Retomada do crescimento
Indicado pelo próprio Lula para
presidir a CUT, a maior central
sindical do país, Marinho afirmou
estar confiante no início da retomada do crescimento econômico.
Mas ele ponderou que, na indústria, isso só se refletirá em novos
empregos no primeiro semestre
de 2004 ou no início do segundo.
"A CUT comemora o crescimento, mas ele não resolve de forma automática o problema do desemprego. É preciso agregar outras medidas."
A frente de trabalho seria financiada com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e
do FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço).
Segundo Marinho, durante a
reunião Lula citou uma série de
medidas tomadas para aquecer a
economia, como o programa de
microcrédito e o seguro-safra.
"Reconhecemos como positivas,
mas alertamos para a necessidade
de medidas emergenciais."
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