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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003

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TRABALHO 2

Central propõe criação de 1 milhão de empregos

CUT diz que "as vacas ainda estão magras" e pede frente de trabalho

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de se reunir por quase duas horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e propor a criação emergencial de 1 milhão de postos de trabalho, ontem, no Palácio do Planalto, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, afirmou, referindo-se à economia, que "as vacas ainda estão magras e vai demorar um tempo para elas engordarem".
Na quinta passada, Lula afirmou: "O tempo das vacas magras já passou" e "todo o sacrifício que tinha que ser feito já foi feito".
Marinho, acompanhado de sete sindicalistas, reuniu-se com Lula e com os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e Jaques Wagner (Trabalho). Pediu ao governo a criação de 1 milhão de "empregos emergenciais" por um período de seis meses.
"Seria uma versão da frente de trabalho. Há um problema relacionado a esse nome, mas seria isso mesmo", disse Marinho.
O governo prometeu estudar a proposta e dar uma resposta na última semana do mês, no máximo, na primeira de novembro.
Pela proposta da CUT, trabalhadores urbanos seriam empregados em serviços de limpeza, obras de saneamento básico e outros setores da administração pública. Receberiam R$ 240 mensais e teriam emprego garantido por um período de seis meses.
"Estamos preocupados com o tamanho do desemprego no Brasil. Diferentemente dos outros anos, quando o desemprego já estava em queda neste momento, neste ano está se mantendo numa taxa de 13%", afirmou Marinho.

Retomada do crescimento
Indicado pelo próprio Lula para presidir a CUT, a maior central sindical do país, Marinho afirmou estar confiante no início da retomada do crescimento econômico. Mas ele ponderou que, na indústria, isso só se refletirá em novos empregos no primeiro semestre de 2004 ou no início do segundo.
"A CUT comemora o crescimento, mas ele não resolve de forma automática o problema do desemprego. É preciso agregar outras medidas."
A frente de trabalho seria financiada com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Segundo Marinho, durante a reunião Lula citou uma série de medidas tomadas para aquecer a economia, como o programa de microcrédito e o seguro-safra. "Reconhecemos como positivas, mas alertamos para a necessidade de medidas emergenciais."


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