|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VORACIDADE FISCAL
União, Estados e municípios ficam com 37,57% do PIB no primeiro semestre do ano, segundo o IBPT
Brasileiro paga mais impostos, diz estudo
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os brasileiros continuam pagando mais impostos aos governos federal, estaduais e municipais. No primeiro semestre deste
ano, 37,57% de toda a riqueza nacional (o PIB, Produto Interno
Bruto) virou imposto, segundo
estudo divulgado ontem pelo
IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
Para o leitor entender melhor: o
PIB do primeiro semestre deste
ano foi de R$ 711,01 bilhões, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desse valor, R$ 267,09 bilhões (os
37,57%) viraram tributos (impostos, taxas e contribuições). No
mesmo semestre de 2002 a carga
tributária foi um pouco menor
(36,67%), ou R$ 227,32 bilhões.
Se for tomado por base o período de 12 meses (segundo semestre
de 2002 e primeiro de 2003), a carga fiscal foi de 36,92%. Em outras
palavras, o país gerou riquezas no
valor de R$ 1,412 trilhão em 12
meses, mas R$ 521,48 bilhões viraram tributos, segundo o estudo.
Em valores nominais, a arrecadação tributária cresceu R$ 39,77
bilhões, ou 17,5%, de um semestre
para o outro -de R$ 227,32 bilhões entre janeiro e junho de
2002 para R$ 267,09 bilhões no
mesmo período deste ano. O PIB,
por sua vez, cresceu R$ 91,05 bilhões (de R$ 619,96 bilhões para
R$ 711,01 bilhões, ou mais 14,7%).
O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
continua sendo o líder de arrecadação. No primeiro semestre do
ano os Estados abocanharam R$
57,58 bilhões, contra R$ 48,66 bilhões de janeiro a junho de 2002.
A seguir vem o IR, com receita
de R$ 46,08 bilhões (R$ 42,11 bilhões em 2002). Depois vêm a
contribuição ao INSS, com R$
38,24 bilhões (R$ 34,16 bilhões em
2002), a Cofins, com R$ 28,22 bilhões (R$ 23,28 bilhões), o FGTS,
com R$ 11,46 bilhões (R$ 9,96 bilhões) e a CPMF, com R$ 11,27 bilhões (R$ 9,33 bilhões).
A voracidade fiscal foi maior
por parte dos municípios. No primeiro semestre eles levaram R$
14,28 bilhões dos contribuintes,
contra R$ 11,53 bilhões de janeiro
a junho de 2002. Motivo: aumento
nas alíquotas do ISS e a cobrança
de outras taxas, como a do lixo.
Números próximos
Os números divulgados pelo
IBPT não coincidem exatamente
com os da Receita Federal. Isso
ocorre devido a diferenças entre
as metodologias dos estudos.
As divergências, entretanto, não
chegam a ser tão acentuadas. Mas
os números do IBPT são quase
sempre maiores do que os da Receita. Em 1999, a carga tributária
foi de 31,64% do PIB para o instituto e de 32,15% para a Receita;
em 2000, de 33,28% e de 33,18%;
em 2001, de 35,48% e de 33,84%;
no ano passado, de 36,45% e de
35,86%, respectivamente.
O instituto considera em seus
cálculos todos os valores arrecadados pelas três esferas de governo (tributos mais correção, multas e juros). Para obter as arrecadações estaduais e do Distrito Federal, utiliza como base de dados
os valores divulgados pela secretarias estaduais e pelo Tesouro
Nacional. No caso dos municípios, o IBPT acompanha os números divulgados por 732 deles
que tornam público seus dados
em cumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Segundo o IBPT, a Receita não
considera os valores da correção,
das multas e dos juros. Além disso, estima as arrecadações tributárias municipais por meio da variação dos tributos estaduais.
Texto Anterior: Trabalho 2: CUT diz que "as vacas ainda estão magras" e pede frente de trabalho Próximo Texto: Mídia: GE e Vivendi assinam acordo de megafusão Índice
|