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RJ é mais eficiente que
SP na licença, diz Aneel
DA SUCURSAL DO RIO
O licenciamento ambiental para termelétricas opõe dois dos
principais Estados do país, Rio de
Janeiro e São Paulo.
O primeiro é tido pelo governo
federal e por investidores como
modelo de rapidez na concessão
das autorizações. Já São Paulo é
encarado como um criador de entraves.
O superintendente de fiscalização de geração da Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica),
Cristiano Amaral, avalia que o Rio
tem se mostrado mais rápido e
eficiente nas autorizações.
"Resultado: algumas térmicas
de São Paulo estão migrando para
o Rio de Janeiro", afirmou.
Exigências
O gerente do Departamento de
Impacto Ambiental da Secretaria
de Meio Ambiente de São Paulo,
Sérgio Pascoal Pereira, confirma
que o Estado é exigente na liberação de licenças ambientais. Mas
defende a medida.
"É melhor ser precavido com a
questão ambiental. Esperamos
empreendedores mais sérios,
preocupados com o meio ambiente", diz.
Pereira afirmou que São Paulo
só autoriza usinas que emitam até
17 PPM (parte por milhão de dióxido de nitrogênio, medida de poluição).
Em outros Estados, disse, a
emissão de algumas usinas, tidas
por ele como obsoletas, chega a
100 PPM.
Parceria
O secretário de Energia do Rio,
Wagner Victer, afirmou que, no
Estado -que já tem duas usinas
prontas-, a escolha do local de
instalação das térmicas é feita em
parceria entre o investidor e os órgãos ambientais, para evitar futuros entraves. "Aqui, nós invertemos o processo."
Cristiano Amaral, da Aneel, elogia o modelo adotado pelo Rio,
dizendo que ele torna mais ágil a
licença.
Entretanto afirma que alguns
investidores, sem citar quais, entregam estudos de impacto ambiental de má qualidade, sabendo
que eles não serão aceitos. O expediente, afirma, é usado para ganhar tempo enquanto negociam
contratos de compra de gás e venda de energia.
Autorização
Maurício Botelho, presidente da
Cataguazes Leopoldina, afirmou
que sua térmica de Juiz de Fora
estava pronta, com o licenciamento da obra já aprovado, mas a
usina ficou um mês sem gerar
energia porque faltava a autorização para um pequeno duto (de
menos de 3 km) que liga a termelétrica à central de distribuição de
gás.
Outro caso de demora é o da
usina de Carioba 2, em Americana (128 quilômetros a noroeste de
São Paulo), que tenta desde 2000
o licenciamento, sem sucesso.
A falta da licença obrigou a
CPFL (Companhia Paulista de
Força e Luz), uma das sócias, a
abandonar o projeto.
Procurada pela Folha, a CPFL
não quis fazer nenhum comentário sobre o assunto.
(PEDRO SOARES)
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