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VINICIUS TORRES FREIRE
2008, investimentos, inflação etc.
Do primeiro para o segundo semestre, cresceram os riscos econômicos e financeiros; é hora de repensar aplicações
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NÃO HÁ sangria desatada na inflação, mas os últimos números têm sido piores que os
esperados pelos economistas mais
pessimistas. É um excesso falar em
perda de controle quando a inflação
para o consumidor comum está dois
ou três décimos de porcentagem
acima do nível de 2006 e abaixo da
meta oficial. Mas, apesar de haver
opiniões ainda muito divergentes a
respeito de preços mesmo entre
economistas de banco, os riscos aumentaram e ainda mais a resistência
do Banco Central à redução da taxa
de juros. Economistas mais "duros"
já dizem que o BC tende a deixar os
juros intocados até o final de 2008.
Há incerteza maior também na
área fiscal (receita e gastos do governo), além das manjadas, mas perigosas, confusões na finança e na atividade econômica mundiais. Do primeiro para o segundo semestre de
2007, o ambiente nublou um pouco
para preços, Bolsas, juros e câmbio.
Renda fixa, DI
Tal cenário recomenda ainda mais
cautela e uma "reavaliação da carteira" de investimentos para 2008.
Para variar, os títulos da dívida
pública vendidos diretamente pelo
Tesouro Nacional, o Tesouro Direto, bateram de novo o rendimento
de quase todos os fundos DI e de
renda fixa conservadores. Nos últimos 12 meses, o rendimento real de
títulos do Tesouro Direto com prazo de vencimento em torno de dois
anos, por exemplo, ficou em torno
de 8% a 10%, contra 6% a 8% do
rendimento de fundos aproximadamente comparáveis.
É melhor, se possível, deixar o dinheiro parado no Tesouro Direto
por pelo menos cerca de um ano e
meio ou, melhor, esperar até o vencimento do título, com o que se garante a rentabilidade contratada
com o Tesouro. Quem, ademais, escolhe um título com juros prefixados e correção pela inflação não
corre o risco de perder dinheiro
com a alta de preços e sabe quanto
vai receber de juros. Enfim, quem
aplica por mais tempo, mais de dois
anos, paga muito menos imposto.
Na Bolsa
A Bolsa está animada, mas é preciso fazer algumas contas básicas.
Qual a fatia de seu dinheiro investida em ações? É preciso considerar
tanto a compra direta dos papéis
como também investimentos em
fundos puros de ações, em multimercados e quaisquer outros que
tenham ações na carteira.
Alguns gestores profissionais,
mais capacitados, informados e
acostumados ao risco do que o pequeno investidor, têm dito que a
parcela de aplicações em Bolsa de
suas carteiras caiu agora para 7%. É
mais ou menos o mesmo limite que
os bancos comerciais costumam
recomendar a seus clientes de varejo com perfil "conservador".
Risco? Além da incerteza econômica, a Bovespa está em sua zona
de recorde e, desde agosto, bem volátil (variando muito e com freqüência). Seria razoável repensar
quanto risco se está disposto a correr, embolsar parte dos ganhos na
Bolsa e, por ora, colocar o dinheiro
numa aplicação mais segura.
A Bovespa ainda tem muito a
render se o país continuar a crescer
a 4%. Mas é preciso esfriar a cabeça
e não tratar a Bolsa como uma corrida do ouro. O risco subiu mesmo.
vinit@uol.com.br
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