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Governo já comemora interesse por leilão
Temor era o de um "aventureiro" ganhar a disputa, e usina não ser construída, afirma presidente da Empresa de Pesquisa Energética
Disputam hidrelétrica no rio Madeira os consórcios liderados pela Odebrecht, pela CPFL Energia e
pela multinacional Suez
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética),
Maurício Tolmasquim, considera afastado o maior temor do
governo no leilão de amanhã,
que escolherá o responsável
por construir e operar a usina
de Santo Antônio, no rio Madeira (RO). "O grande temor
era um "aventureiro" ganhar o
leilão e a obra não sair, virar um
pesadelo."
Independentemente do resultado do leilão, Tolmasquim
considera o negócio um sucesso e comemora antecipadamente: "Já estourei meu champanhe".
Ele explica os motivos: o teto
da tarifa da energia estabelecido pelo edital -R$ 122 por
MWh- é considerado economicamente interessante, mesmo que a disputa não reduza o
custo da energia; e a competição estaria garantida mediante
a participação de três consórcios, liderados por capital privado (ainda que com grande
participação estatal).
Disputam a hidrelétrica de
Santo Antônio os consórcios liderados pela empreiteira Norberto Odebrecht, a multinacional Suez (responsável por 8%
da energia consumida no Brasil, por meio da Tractebel) e pela CPFL Energia (grupo privado formado majoritariamente
por fundos de pensão estatais).
Os três consórcios têm participação relevante de estatais (entre 39% e 49%), por meio de
Furnas, Eletrosul e Chesf, respectivamente.
Projeto competitivo
Procurados pela Folha durante a semana, os integrantes
dos consórcios evitaram comentar as chances de deságio
ou de fracasso do leilão da usina (no caso de os interessados
não apresentarem proposta até
R$ 122 por MWh).
"Embora a tarifa definida pelo governo esteja um pouco
aquém do esperado, a usina
Santo Antônio ainda é um projeto competitivo", afirmou
Djalma Morais, presidente da
Cemig (Companhia Energética
de Minas Gerais), parceira de
Furnas e da Odebrecht.
Para o presidente da Eletrosul, Ronaldo Custódio, o consórcio liderado por Furnas e
pela Odebrecht leva vantagem
na disputa porque cuidou dos
estudos de viabilidade econômica e ambiental e conhece o
projeto há mais tempo.
A expectativa do governo
não é de grande redução do
preço da energia no leilão.
"Tentamos baixar ao máximo o
teto da tarifa com a cautela suficiente para não tirar competitividade do leilão", afirmou
Tolmasquim.
(MARTA SALOMON e HUMBERTO MEDINA)
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