São Paulo, domingo, 09 de dezembro de 2007

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Governo já comemora interesse por leilão

Temor era o de um "aventureiro" ganhar a disputa, e usina não ser construída, afirma presidente da Empresa de Pesquisa Energética

Disputam hidrelétrica no rio Madeira os consórcios liderados pela Odebrecht, pela CPFL Energia e pela multinacional Suez

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, considera afastado o maior temor do governo no leilão de amanhã, que escolherá o responsável por construir e operar a usina de Santo Antônio, no rio Madeira (RO). "O grande temor era um "aventureiro" ganhar o leilão e a obra não sair, virar um pesadelo."
Independentemente do resultado do leilão, Tolmasquim considera o negócio um sucesso e comemora antecipadamente: "Já estourei meu champanhe".
Ele explica os motivos: o teto da tarifa da energia estabelecido pelo edital -R$ 122 por MWh- é considerado economicamente interessante, mesmo que a disputa não reduza o custo da energia; e a competição estaria garantida mediante a participação de três consórcios, liderados por capital privado (ainda que com grande participação estatal).
Disputam a hidrelétrica de Santo Antônio os consórcios liderados pela empreiteira Norberto Odebrecht, a multinacional Suez (responsável por 8% da energia consumida no Brasil, por meio da Tractebel) e pela CPFL Energia (grupo privado formado majoritariamente por fundos de pensão estatais). Os três consórcios têm participação relevante de estatais (entre 39% e 49%), por meio de Furnas, Eletrosul e Chesf, respectivamente.

Projeto competitivo
Procurados pela Folha durante a semana, os integrantes dos consórcios evitaram comentar as chances de deságio ou de fracasso do leilão da usina (no caso de os interessados não apresentarem proposta até R$ 122 por MWh).
"Embora a tarifa definida pelo governo esteja um pouco aquém do esperado, a usina Santo Antônio ainda é um projeto competitivo", afirmou Djalma Morais, presidente da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), parceira de Furnas e da Odebrecht.
Para o presidente da Eletrosul, Ronaldo Custódio, o consórcio liderado por Furnas e pela Odebrecht leva vantagem na disputa porque cuidou dos estudos de viabilidade econômica e ambiental e conhece o projeto há mais tempo.
A expectativa do governo não é de grande redução do preço da energia no leilão. "Tentamos baixar ao máximo o teto da tarifa com a cautela suficiente para não tirar competitividade do leilão", afirmou Tolmasquim. (MARTA SALOMON e HUMBERTO MEDINA)


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