São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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SP cria banco de fomento para atrair investimentos

Funcionamento deve começar em abril; Estado também criará agência de promoção

Banco atenderá pequenas e médias empresas e atuará em setores da economia como infra-estrutura e agronegócio, disse Serra

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O governo de São Paulo anunciou ontem a criação de um banco de fomento, nos moldes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e de uma agência para atrair investimentos para o Estado. Embora sua implementação já estivesse em andamento há mais tempo, a avaliação é a de que os novos órgãos ampliam a margem de ação do Estado diante da crise financeira internacional.
Segundo o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o banco de fomento começa a operar em abril, com aporte inicial de R$ 1 bilhão, proveniente da venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil. A instituição poderá também captar recursos no próprio BNDES, na Caixa Econômica e em organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Antes de São Paulo, outros 12 Estados já criaram bancos de fomento próprios.
"Será um BNDES paulista, para as pequenas e médias empresas, que não têm bala, não têm condições de lidarem com financiamento com uma restrição desse tamanho [por conta da crise]", disse Serra. De acordo com ele, o banco atuará em diversos setores da economia.
Já a agência de promoção de investimentos -Investe São Paulo- deve começar a funcionar a partir da segunda quinzena de janeiro.
A agência vai agregar uma certeira de 40 projetos no valor de R$ 10 bilhões da Secretaria de Desenvolvimento. "Nossa meta é duplicar esses investimentos", disse Serra.
Para Cláudio Vaz, nomeado presidente da Investe São Paulo, com a agência o investidor passa a ter um "balcão único" para procurar o Estado. "Antes, o investidor tinha que procurar diversas instâncias do governo", afirmou.
O presidente da Abdib (indústria de base), Paulo Godoy, diz que, em razão da escassez do crédito ocasionada pela crise, é importante criar novas opções de fomento.

Investimentos
Serra afirmou que a crise não irá afetar os investimentos do Estado em 2009, mas admitiu que talvez seja necessário mexer no Orçamento, especialmente para conter os gastos com custeio.
"Estamos protegidos no que se refere aos investimentos, mas [a crise] não vai permitir expansão muito rápida das despesas de custeio dentro do Estado. O governo tem condições de administrar o Orçamento", afirmou.
O governador de São Paulo criticou a atuação do governo Lula no momento que antecedeu a crise financeira.
"A política de juros siderais e câmbio arrochado não deu certo. O Brasil entrou na crise com déficit em conta corrente, embora os preços das commodities estivessem nas alturas", afirmou Serra.


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