|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SP cria banco de fomento para atrair investimentos
Funcionamento deve começar em abril; Estado também criará agência de promoção
Banco atenderá pequenas
e médias empresas e atuará em setores da economia como infra-estrutura e agronegócio, disse Serra
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O governo de São Paulo
anunciou ontem a criação de
um banco de fomento, nos moldes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e de uma
agência para atrair investimentos para o Estado. Embora sua
implementação já estivesse em
andamento há mais tempo, a
avaliação é a de que os novos
órgãos ampliam a margem de
ação do Estado diante da crise
financeira internacional.
Segundo o governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), o
banco de fomento começa a
operar em abril, com aporte
inicial de R$ 1 bilhão, proveniente da venda da Nossa Caixa
ao Banco do Brasil. A instituição poderá também captar recursos no próprio BNDES, na
Caixa Econômica e em organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Antes de São Paulo,
outros 12 Estados já criaram
bancos de fomento próprios.
"Será um BNDES paulista,
para as pequenas e médias empresas, que não têm bala, não
têm condições de lidarem com
financiamento com uma restrição desse tamanho [por conta
da crise]", disse Serra. De acordo com ele, o banco atuará em
diversos setores da economia.
Já a agência de promoção de
investimentos -Investe São
Paulo- deve começar a funcionar a partir da segunda quinzena de janeiro.
A agência vai agregar uma
certeira de 40 projetos no valor
de R$ 10 bilhões da Secretaria
de Desenvolvimento. "Nossa
meta é duplicar esses investimentos", disse Serra.
Para Cláudio Vaz, nomeado
presidente da Investe São Paulo, com a agência o investidor
passa a ter um "balcão único"
para procurar o Estado. "Antes,
o investidor tinha que procurar
diversas instâncias do governo", afirmou.
O presidente da Abdib (indústria de base), Paulo Godoy,
diz que, em razão da escassez
do crédito ocasionada pela crise, é importante criar novas opções de fomento.
Investimentos
Serra afirmou que a crise não
irá afetar os investimentos do
Estado em 2009, mas admitiu
que talvez seja necessário mexer no Orçamento, especialmente para conter os gastos
com custeio.
"Estamos protegidos no que
se refere aos investimentos,
mas [a crise] não vai permitir
expansão muito rápida das despesas de custeio dentro do Estado. O governo tem condições
de administrar o Orçamento",
afirmou.
O governador de São Paulo
criticou a atuação do governo
Lula no momento que antecedeu a crise financeira.
"A política de juros siderais e
câmbio arrochado não deu certo. O Brasil entrou na crise com
déficit em conta corrente, embora os preços das commodities estivessem nas alturas",
afirmou Serra.
Texto Anterior: Preços na indústria registram deflação em novembro, diz FGV Próximo Texto: Saiba mais: MG tem banco de fomento desde 1962 Índice
|