São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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MEMÓRIA

Banco e Fazenda fizeram defesa recente do projeto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, têm defendido a autonomia operacional da instituição nos últimos meses.
No encontro do diretório nacional do PT em dezembro, Palocci, respondendo a uma pergunta do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre o assunto, disse: "Vou ser mais insistente com a autonomia do BC do que você com o renda mínima [projeto do senador]."
A Folha havia apurado naquele momento que o presidente do BC vinha demonstrando insatisfação com o fato de assessores diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazerem pressões sobre a queda das taxas de juros.
Em dezembro, o próprio ministro da Casa Civil, José Dirceu, afirmou que as taxas sofreriam uma queda naquele mês. O "anúncio" foi feito antes da reunião mensal do BC sobre política monetária.
Meirelles teria até participado de um encontro com ministros na Granja do Torto para falar sobre a autonomia do BC. Nessa reunião, o presidente do BC teria dito que a autonomia era necessária para dar mais credibilidade ao país. Segundo ele, a queda das taxas de juros também seria mais rápida com essa mudança.
A modificação mais imediata da autonomia pretendida pela equipe econômica é a fixação de mandatos para os diretores do BC, de preferência diferentes do mandato presidencial.
O projeto também estava sendo discutido com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Ele não foi incluído nos compromissos trimestrais com o Fundo, mas foi mencionado na renovação do acordo assinado pelo novo governo.
Procurada pela Folha, a assessoria do Ministério da Fazenda não ligou de volta. A assessoria do BC, por sua vez, informou que não iria se manifestar. Na última terça-feira, em entrevista coletiva na sede do BC, Meirelles disse que não comentaria um assunto que, segundo ele, deve ser tratado pelo Congresso Nacional.


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