DA SUCURSAL DO RIO

As 11 cooperativas de leite do Estado do Rio decidiram ontem aguardar até a próxima sexta-feira para que a Parmalat pague uma dívida de R$ 6,61 milhões.
As cooperativas fornecem exclusivamente para a fábrica de beneficiamento de leite da empresa em Itaperuna (cidade no noroeste do Estado, a 360 km do Rio).
A Parmalat deve às cooperativas fluminenses R$ 1,61 milhão referente ao fornecimento de leite de novembro e R$ 2,5 milhões que deveriam ter sido pagos na segunda-feira passada. Outros R$ 2,5 milhões vencem na próxima quinta-feira.
O presidente da filial brasileira da Parmalat, Ricardo Gonçalves, prometeu quitar a dívida até sexta-feira, após uma reunião com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, anteontem. Um dia antes, Gonçalves havia condicionado o pagamento à retomada de linhas de crédito bancário.
"Decidimos aguardar até o dia 16, sem tomar nenhuma medida judicial, baseados na palavra do ministro e da Parmalat", disse o presidente da Faerj (Federação de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro), Rodolfo Tavares.
Segundo Tavares, se a multinacional não fizer o pagamento, as cooperativas vão entrar na Justiça e começar a estudar soluções comerciais, ou seja, terão que encontrar um comprador para o que produzem.

Pequeno produtor
A crise na Parmalat na Itália acabou atingindo pequenos produtores de leite fluminenses. Segundo a Faerj, 80% dos produtores das 11 cooperativas recebem menos de dois salários mínimos ao mês, descontados os custos de produção.
A empresa tem nove unidades de beneficiamento no Brasil, mas os problemas estão localizados nas cooperativas do Rio e de Garanhuns (PE). A empresa comprou no ano passado 1,2 bilhão de litros no Brasil, ou 5% da produção nacional. A Parmalat é o segundo maior comprador, atrás da Nestlé, que comprou 1,5 bilhão de litros no ano passado.


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