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PRODUÇÃO
Terreno total plantado com a oleaginosa deve subir 10% nesta safra
Só Rondônia aumenta área de soja
DANIELE SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Se os números da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) se confirmarem, Rondônia será o único Estado brasileiro a aumentar a área cultivada com soja
na safra 2005/06, cujo plantio foi
concluído no final de dezembro.
De acordo com João Paulo Moraes Filho, analista da Conab, e
Luiz Cláudio Pereira Alves, secretário de Agricultura de Rondônia,
o Estado vai na contramão da tendência nacional de reduzir a área
de soja -que cai pela primeira
vez desde 1998- porque escoa o
grão pelo rio Madeira, o que diminui o custo do frete e melhora preços pagos aos produtores. Além
disso, a redução de 19% na área de
arroz -causada porque o cereal
estava com preço muito baixo na
época do plantio- deixou mais
espaço para a oleaginosa.
Segundo o levantamento da Conab, divulgado no início de dezembro, a área com soja em Rondônia ficará em cerca de 82 mil
hectares, com aumento anual de
10%. Para o Brasil, a queda estimada é de 6%, de 23,3 milhões para 21,9 milhões de hectares.
Rondônia contribui com menos
de 0,5% da área total cultivada
com soja no país, mas o Estado é
um dos campeões de produtividade. Nas últimas cinco safras,
suas lavouras renderam cerca de
3.000 kg por hectare, superando
os 2.570 kg da média nacional.
A soja produzida na região de
Vilhena, sudeste do Estado, é
transportada de caminhão por
700 km até Porto Velho. Ali, o
produto é colocado em barcaças e
segue por 1.150 km do rio Madeira
até o porto de Itacoatiara (AM),
de onde é exportado. Não fosse isso, a soja teria que rodar quase
3.000 km até os portos de Santos
(SP) ou Paranaguá (PR).
Para Waldemir Ival Loto, superintendente da Amaggi Exportação e Importação, foi a hidrovia
que, a partir de 1997, viabilizou o
cultivo da soja em Rondônia. O
escoamento pelo rio, segundo ele,
resulta em um ganho de até 15%
no preço recebido pelo agricultor.
A rota também é utilizada por
produtores do noroeste de Mato
Grosso, distantes cerca de 1.000
km de Porto Velho.
Seneri Paludo, analista de mercado da Agência Rural, em Cuiabá (MT), diz que os preços mais
altos recebidos pelos produtores
de Rondônia explicam a decisão
de aumentar o plantio em um ano
marcado pela queda do dólar
(que prejudica as exportações) e
por cotações internacionais apenas próximas da média histórica.
Segundo produtores, a saca de
60 kg de soja -que está cotada
em torno de R$ 23,50 em Vilhena- pode valer até R$ 1,50 a mais
que na região de Sorriso (centro
de Mato Grosso), que exporta por
Santos e Paranaguá.
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