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COMÉRCIO
Troca do layout é estratégia usada por supermercados e redes varejistas para aumentar o faturamento
Lojas alteram visual para atrair clientes
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
As lojas estão mudando de cara
para manter a clientela fiel e sobreviver no disputado mercado
pós-Plano Real.
As mudanças ocorrem desde a
logomarca até o interior dos pontos-de-venda, passando pela escolha de novas cores para as paredes,
pela troca da mobília e da disposição dos produtos.
Se ainda não deslancharam projetos de reforma, algumas das
grandes redes de supermercados e
do comércio em geral estão, ao
menos, estudando a possibilidade.
É que, com a estabilização da
economia, o preço já não funciona
como chamariz. Dessa forma, é
hora de atrair o consumidor com
uma loja mais moderna, clara e diferenciada.
Retorno a longo prazo
Os gastos para alterar o layout de
um ponto-de-venda podem chegar a R$ 1 milhão. O retorno do investimento demorará até dois
anos, mas, segundo os lojistas, é
fundamental para garantir ou aumentar a receita.
A rede Barateiro, dona de 30 lojas e de um faturamento perto de
R$ 500 milhões, é uma das que decidiram mudar o visual.
A empresa já investiu R$ 1 milhão para modernizar, por exemplo, a loja de São Mateus, na periferia de São Paulo, com 3.800 metros quadrados de área de venda.
Resultado: o número de pessoas
que frequentam a loja passou de
105 mil para 113 mil por mês, diz
Antônio Jorge Fernandes da Silva,
diretor operacional.
A estratégia do Barateiro é estender esse novo layout para outras
dez lojas até o final do ano, o que
demandará investimentos de cerca
de US$ 10 milhões.
"O objetivo maior é atrair novos
consumidores", diz Fernandes da
Silva. Muitas das reformas, no entanto, diz Caio Mattar, diretor-executivo do grupo Pão de Açúcar,
ocorrem para manter a clientela.
O grupo, conta ele, começou o
programa de reformas em 1995.
Até agora, já foram modernizados
63 pontos-de-venda -o custo médio por loja variou de US$ 300 mil
a US$ 1 milhão. Até o final de 1997,
outras 40 lojas serão modificadas.
Nos cálculos de Mattar, o faturamento médio de uma loja reformada aumenta de 25% a 30%. Mas
a grande vantagem, diz, é que num
estabelecimento moderno há menos desperdício. Com maior venda
e menor custo, aumenta o lucro.
A VR, especializada em roupas
masculinas, também decidiu modificar as suas sete lojas. Três delas
já estão operando de acordo com o
novo padrão. "Era necessário revitalizá-las", diz Alexandre Brett,
gerente-geral da VR.
Ele conta que, com o novo layout
da loja, as vendas chegaram a dobrar. Hoje, estão cerca de 60% a
70% maiores.
A Ellus, que tem 60 lojas espalhadas pelo país, já alterou o visual de
dez delas. A receita desses pontos-de-venda aumentou 30%. "E
mais: agregamos prestígio à marca", diz Paulo Cortez, gerente nacional.
Modelo importado
Nos seus cálculos, a amortização
do investimento na reforma de
uma loja pode demorar até dois
anos. Até o final de 1997, outras 25
lojas serão modificadas.
A Hugo Boss, que tem 30 lojas no
país, é outra empresa que está alterando o layout dos seus pontos-de-venda.
Na loja do shopping Morumbi, a
reforma -que custou cerca de R$
120 mil- propiciou aumento de
50% das suas vendas.
Claus Reinhardt, diretor de marketing e vendas, diz que o modelo
a ser seguido é o mesmo da Europa
e dos EUA. "A idéia é ter uma loja
flexível, ou seja, que pode ser facilmente modificada conforme as
peças que estão em exposição."
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