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Concorrência maior justifica investimento
da Reportagem Local
As arquitetas Iara Jatene, Solange Renault e Patrícia Upton, sócias
na A6 Design, nunca foram tão
procuradas como no último ano
para cuidar do layout do comércio.
Especializada em projetos de arquitetura e design, a A6 tem uma
lista de clientes famosos -tais como Carrefour, Barateiro, Peralta,
Angeloni, Drogasil, Atacadão e
Drogaria Catarinense-, que estão
preocupados com a modernização
do visual.
Só no ano passado, a A6 foi responsável por projetos de reforma
de 40 lojas. As modificações foram
feitas no interior delas -sinalização, pinturas etc.- e nas logomarcas.
"Este ano também começou
bem movimentado", diz Iara. Para dar conta da demanda dos projetos, a empresa deve crescer neste
ano. Além das três sócias, trabalham na A6 mais oito arquitetos.
Maior disputa
Para Iara, a busca por uma loja
diferenciada e moderna se deve ao
fato de que boa parte da decisão de
compra é feita no ponto-de-venda.
A disputa pelo consumidor está
cada vez mais acirrada -diz-, o
que faz com que o lojista se preocupe em tornar o seu estabelecimento o mais atraente possível.
Quando montou a A6 com as
duas colegas, conta ela, em 1984,
apenas as grandes redes estavam
preocupadas com layout.
Hoje, com a estabilização da economia, também as pequenas e médias estão investindo no visual.
Na época de inflação alta, diz ela,
as chamadas lojas de vizinhança
perderam espaço para as grandes
redes de supermercado, já que valia mais a pena efetuar uma compra mensal.
"Agora, a ida semanal ao supermercado voltou a ser comum.
Abriu-se um espaço para compras
menores ao longo do mês."
Patrícia, outra sócia, diz que o
varejo brasileiro foi sacudido com
a entrada no país de três grandes
redes -Carrefour, McDonald's e
C&A. "A partir disso, várias empresas foram forçadas a se organizar."
Para ela, o `boom' dos shopping
centers também contribuiu para
melhorar o padrão das lojas.
Higiene e limpeza
Claudio Felisoni de Angelo,
coordenador do Provar (Programa de Varejo) da USP (Universidade de São Paulo), diz que as reformas das lojas estão acontecendo muito mais para manter as vendas do que para aumentá-las.
Levantamento do Provar, conta,
mostra que, para o público de
maior poder aquisitivo, as condições de higiene e limpeza de uma
loja, por exemplo, são fundamentais na decisão de uma compra.
"É por isso que muitas redes estão começando as reformas em lojas localizadas em bairros mais nobres."
(FÁTIMA FERNANDES)
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