ALEX PERISCINOTO
É preciso ficar bem antenado para o sucesso da TV por assinatura no Brasil. Desde 1992 até hoje, ela cresceu 10.108% e vem inovando no formato e na qualidade de sua programação, chegando, inclusive, a gerar seguidores na própria TV comercial.
Um exemplo brilhante disso é o "Manhattan Connection", exibido pela GNT nas noites de domingo.
Guiado pela inteligência e elegância de Lucas Mendes, com a participação de Caio Blinder, Nelson Motta e Paulo Francis, o programa é visto por aproximadamente 250 mil pessoas em todo o país (classes A e B, acima de 25 anos). Uma audiência qualificada, que supera a da ESPN Brasil Futebol e Telecine Filmes, na mesma emissora, e bate o ibope de três importantes programas de entrevistas das TVs convencionais.
Esse quarteto criou um modelo de programa que já poderia entrar na história da televisão. Um bate-papo gostoso, ousado, polêmico, definitivo, numa talentosa harmonia entre tapas e beijos. Programa obrigatório, como o ``Roda Viva'' da Cultura e outros poucos conseguem ser.
Sem intervalos comerciais, "Manhattan Connection" é estimulante de ver. Embora seja uma verdadeira aula de como fazer publicidade subliminar. Lá nos é oferecido um rico cardápio de Nova York, essa Disneylândia para adultos, acompanhado de sugestões de turismo, livros, peças de teatro, filmes, música, balé.
Balé que, quando vou assistir no teatro e não é bom, sinto falta de não ter levado meu controle remoto.
P.S.: Escrevi este artigo antes do falecimento do Paulo Francis. Resolvi deixar como estava. Esta é a minha homenagem a esse grande jornalista, cuja inteligência e estilo sempre permanecerão vivos em nossa memória. Abraços a todos do ``Manhattan Connection''.