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Governo não muda regras para a venda
da Sucursal de Brasília
free-lance para a Folha
O ministro Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Secretaria Geral da
Presidência da República, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, defenderam ontem as
regras de privatização do Banespa, cujo leilão de venda está marcado para maio.
Mais explícito, Aloysio afirmou
que, apesar das pressões, o governo não vai rever as regras que
permitem aos investidores estrangeiros comprar o Banespa.
""Vamos vender para quem oferecer mais. O desejo do governo é
vender pelo melhor preço", afirmou.
Questionado sobre a resistência
à venda do banco a estrangeiros,
principalmente no Congresso,
Fraga afirmou que essa "é uma
discussão emocional".
Segundo ele, ""a preocupação
do governo é com o sistema (financeiro) e com os consumidores".
""O Brasil não pode viver com o
crédito caro, como vive hoje. O
que buscamos é um sistema bem
capitalizado, bem administrado,
com pessoas que tenham boa reputação, empresas qualificadas. E
eu creio que o Brasil vai se beneficiar muito com isso", disse Fraga.
Aloysio afirmou que as regras
não serão alteradas para ajudar
os bancos nacionais interessados
na compra do Banespa. ""Não podemos dar o patrimônio público
a preço de banana para os banqueiros nacionais", disse, durante entrevista no início da tarde.
Depois, o ministro telefonou
para a sala de imprensa do Palácio do Planalto para dizer que o
governo não quer vender o Banespa a preço de banana para
qualquer que seja o banco, não
apenas para os nacionais.
Segundo o ministro, o governo
vai fazer tudo o que for preciso
para aumentar o valor de venda
do Banespa. Ele afirmou que não
existem divergências dentro do
governo sobre o assunto. ""Existe
uma determinação do presidente
e o governo tem de cumprir."
O ministro disse ainda que a
Advocacia Geral da União está
preparada para contestar as ações
impetradas na Justiça contra a
venda do Banespa.
A lista das instituições habilitadas a participar do leilão do Banespa será divulgada pelo Banco
Central somente no dia 29 deste
mês.
Até agora há nove instituições
que já entregaram os documentos para participar do leilão: Bradesco, Itaú, Unibanco, Safra,
HSBC, Citibank, BankBoston,
Santander e Bilbao Vizcaya.
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