São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000


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Governo não muda regras para a venda

da Sucursal de Brasília

free-lance para a Folha

O ministro Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, defenderam ontem as regras de privatização do Banespa, cujo leilão de venda está marcado para maio.
Mais explícito, Aloysio afirmou que, apesar das pressões, o governo não vai rever as regras que permitem aos investidores estrangeiros comprar o Banespa. ""Vamos vender para quem oferecer mais. O desejo do governo é vender pelo melhor preço", afirmou.
Questionado sobre a resistência à venda do banco a estrangeiros, principalmente no Congresso, Fraga afirmou que essa "é uma discussão emocional".
Segundo ele, ""a preocupação do governo é com o sistema (financeiro) e com os consumidores".
""O Brasil não pode viver com o crédito caro, como vive hoje. O que buscamos é um sistema bem capitalizado, bem administrado, com pessoas que tenham boa reputação, empresas qualificadas. E eu creio que o Brasil vai se beneficiar muito com isso", disse Fraga.
Aloysio afirmou que as regras não serão alteradas para ajudar os bancos nacionais interessados na compra do Banespa. ""Não podemos dar o patrimônio público a preço de banana para os banqueiros nacionais", disse, durante entrevista no início da tarde.
Depois, o ministro telefonou para a sala de imprensa do Palácio do Planalto para dizer que o governo não quer vender o Banespa a preço de banana para qualquer que seja o banco, não apenas para os nacionais.
Segundo o ministro, o governo vai fazer tudo o que for preciso para aumentar o valor de venda do Banespa. Ele afirmou que não existem divergências dentro do governo sobre o assunto. ""Existe uma determinação do presidente e o governo tem de cumprir."
O ministro disse ainda que a Advocacia Geral da União está preparada para contestar as ações impetradas na Justiça contra a venda do Banespa.
A lista das instituições habilitadas a participar do leilão do Banespa será divulgada pelo Banco Central somente no dia 29 deste mês.
Até agora há nove instituições que já entregaram os documentos para participar do leilão: Bradesco, Itaú, Unibanco, Safra, HSBC, Citibank, BankBoston, Santander e Bilbao Vizcaya.



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