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Governo Lula gera 645 mil postos
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A criação de vagas no primeiro
ano do governo Lula ficou abaixo
da expectativa do Ministério do
Trabalho. Em 2003, foram gerados 645,43 mil empregos formais
no país -15,3% menos do que
em 2002 (quando foram criadas
762,41 mil vagas) e 35,5% menos
do que previu em janeiro o ex-ministro do Trabalho Jaques Wagner: 1 milhão de postos de trabalho com carteira assinada.
O saldo entre o número de admitidos e desligados ficou abaixo
do previsto sobretudo porque o
mês de dezembro foi ruim. Em
dezembro de 2003, foram fechadas 299,9 mil vagas, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados).
Foi a única vez no ano de 2003 em
que o saldo entre contratados e
demitidos foi negativo.
Vale lembrar que em dezembro
de 2002 o saldo também foi negativo -em 249,5 mil postos.
A criação de 645,43 mil vagas no
ano passado representou aumento de 2,89% no estoque de emprego formal no país em relação a dezembro de 2002, informa o Ministério do Trabalho.
Em nota divulgada no seu site, o
ministério informa que o número
de empregos criados em 2003 é
resultado da boa performance das
exportações e da agricultura.
Os setores que mais criaram vagas foram serviços (260,28 mil),
comércio (225,9 mil), indústria de
transformação (128,79 mil) e agricultura (58,19 mil). A construção
civil foi o único setor que eliminou postos (48,15 mil empregos).
O Estado de São Paulo foi o que
mais abriu vagas em 2003 -171,5
mil. Depois seguem: Minas Gerais
(75,64 mil), Paraná (62,30 mil) e
Rio (58,54 mil). As regiões metropolitanas responderam pela abertura de 193,71 mil vagas.
Para economistas ouvidos pela
Folha, a criação de 645,43 mil vagas em 2003 é insuficiente para o
país. Basta lembrar que cerca de
1,5 milhão de pessoas entram por
ano no mercado de trabalho.
O Brasil não criou o volume de
empregos que se gostaria, avalia o
economista Fábio Romão, também porque durante 2003 a indústria tinha estoque suficiente
para vender até o final do ano.
"Como a indústria produziu menos em 2003, contratou menos. O
país viveu uma recessão", afirma.
"A redução dos juros poderia
ter sido mais efetiva. Mas, mesmo
assim, sabíamos que 2003 seria
um ano difícil para o emprego",
diz Luiz Marinho, presidente da
CUT. "O discurso está longe da
ação que ele precisa ter para resolver o desemprego", diz João Carlos Gonçalves, secretário da Força
Sindical. Para ele, o governo adota
medidas preocupado em conter a
inflação -como o bloqueio de
recursos federais- e não em
combater o desemprego.
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