São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2010

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CSN vai abrir capital de suas unidades de negócios

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) deve concluir, ainda no primeiro semestre, o primeiro passo para a abertura de capital de cada uma de suas cinco unidades de negócios.
O plano faz parte do entendimento da CSN de que "a soma das partes vale mais que o todo", nas palavras do presidente da empresa, Benjamin Steinbruch. A ideia é dividir as áreas de mineração, siderurgia, cimento, logística e energia e abrir o capital de cada uma delas separadamente.
O processo será iniciado pela área de mineração. Até dia 2 de abril, a CSN deve definir quais bancos de investimentos devem auxiliá-la no projeto para a formatação da unidade de negócios, que irá incluir a mina Casa de Pedra, em Minas, e parte da ferrovia MRS. A ideia é abrir de 20% a 25% do capital.
"Com esse processo, a CSN se torna também uma holding operacional", afirmou Steinbruch ontem a jornalistas após apresentação de resultados da companhia.
A adoção desse modelo faz parte do plano da CSN de dobrar de tamanho em três anos.
Para este ano, a empresa espera faturamento recorde na área siderúrgica. Em mineração, a CSN também deve ter ritmo "forte" de crescimento, por conta especialmente da demanda na China.
Segundo o professor da Universidade Federal de Uberlândia Germano Mendes de Paula, a nova estrutura da CSN vai permitir um ganho maior para o acionista. "Há uma melhor percepção de valor à medida que se tem uma determinada operação caminhando com as próprias pernas", disse.

Cimento
Após fracassar sua oferta pela cimenteira Cimpor, que a colocaria em segundo lugar no setor de cimentos, no qual começou a atuar no ano passado, a CSN começa agora a implementar um "plano B" para crescer de forma orgânica nesse segmento.
A empresa vai investir US$ 600 milhões nos próximos três anos na duplicação de um projeto de produção de cimento e na implementação de três novas unidades industriais, nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul.
Steinbruch disse que a CSN chegou ao "limite" de preço possível para comprar a Cimpor. "Ganharíamos muito tempo com a Cimpor. Mas eventualmente conseguiremos chegar ao mesmo lugar com um custo menor do que se tivéssemos insistido na compra da Cimpor", afirmou.


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