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COMÉRCIO EXTERIOR
Lula nega guerra comercial; EUA falam em negociação
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse ontem
acreditar que o Brasil chegará a um acordo com os Estados Unidos e que não será
necessário sobretaxar produtos americanos. A retaliação foi autorizada pela OMC
(Organização Mundial do
Comércio) em resposta à
concessão de subsídios por
parte do governo americano
a produtores de algodão.
"Não vamos entrar em
uma guerra", disse Lula à
agência Associated Press.
Comitiva americana liderada pelo secretário de Comércio, Gary Locke, reuniu-se ontem com representantes do governo brasileiro para reforçar a mensagem de
que o país quer negociar uma
saída para evitar a retaliação.
Mas uma contraproposta
-que, segundo os representantes do EUA, precisa ser
"justa para os dois lados"-
só deverá ser apresentada
oficialmente aos negociadores brasileiros em abril.
Anteontem, o Brasil anunciou a lista com 102 produtos
americanos que podem sofrer sobretaxação a partir de
7 de abril, mas as autoridades
americanas apostam em um
acordo antes dessa data.
Após reunião com Locke, o
ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) disse que a
visita do secretário não poderia trazer alternativa contra a retaliação porque o encarregado do tema no governo americano é o representante de Comércio, Ron Kirk.
"Já temos um encontro
marcado com Kirk."
Ainda assim, afirmou, Locke marcou posição em relação à disputa na OMC na
qual o governo brasileiro
conquistou o direito de retaliar o parceiro comercial em
até US$ 829 milhões neste
ano, por causa de subsídios e
garantias ilegais aos produtores de algodão.
"O secretário disse que não
interessa aos EUA entrarem
numa guerra de comércio",
afirmou Miguel Jorge, que
ressaltou que o país espera
uma proposta concreta. "A
retaliação está sendo feita
para compensar prejuízos.
Então se compensa pagando,
e não com apelos."
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