|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresas fazem menos rolagens de débito no exterior
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O horizonte das empresas
que precisam de financiamento no mercado externo
está ficando mais turvo.
A turbulência já fez com
que as empresas obtivessem
menos empréstimos no exterior em março e abril. O setor privado, que conseguiu
rolagem de 237% de sua dívida externa no primeiro bimestre -ou seja, captou
mais recursos do que os débitos que estavam vencendo
no período-, viu essa taxa
recuar para 46% em março.
No mês passado, nas três
primeiras semanas, esse índice estava em 51%.
Analistas avaliam que a
piora recente do cenário poderia desencadear dois efeitos perversos. Um deles é a
alta do dólar, impulsionada
por uma maior procura pela
moeda por empresas que
precisem quitar dívidas por
não conseguir renová-las.
Outro, que só ganharia
probabilidade com uma
maior deterioração do cenário econômico, é o de empresas começarem a ter de
renegociar as suas dívidas ou
mesmo de chegar ao calote.
"É necessário que o mercado se acalme para que empresas e bancos voltem a
procurar recursos lá fora",
diz Mário Mesquita, economista-chefe do ABN Amro.
Neste mês, o setor privado
tem débitos de US$ 784,3
milhões no exterior. Em
abril, esse montante era de
US$ 978,7 milhões.
Nesse cenário externo desfavorável, o mercado de capitais interno começa a ganhar interesse, na forma de
emissão de debêntures. Neste ano, até abril, foi registrado R$ 1,8 bilhão em debêntures (títulos de dívida corporativa) na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Com as maiores dificuldades externas, as ofertas de
debêntures em análise na
CVM somam outros R$ 2,48
bilhões. Em todo o primeiro
semestre do ano passado, foram registrados R$ 2,3 bilhões em debêntures.
Texto Anterior: Dias de tensão: Turbulências custam R$ 10 bi ao governo Próximo Texto: Opinião Econômica - João Sayad: Dois argumentos monetaristas Índice
|