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"Vou aceitar qualquer coisa"
da Reportagem Local
Eduardo Gracindo Freire, 19, começou a trabalhar aos 14 anos. Já
foi auxiliar de marcenaria, trabalhou em retífica de motores e lavou
carros em posto de combustível.
Ele terminou o segundo grau e
tem um certificado de conclusão.
Dos empregos que teve, não tem
provas porque nunca foi registrado em carteira.
Há seis meses, nem trabalho informal consegue. Eduardo e uma
irmã de 17 anos dependem da aposentadoria de R$ 400,00 que o pai
recebe. A mãe é dona-de-casa.
Quando ouviu ontem falar sobre
a possibilidade de conseguir um
emprego por seis meses, Eduardo
foi para a fila. Chegou à 1h30 e só
saiu por volta das 8h.
Saiu desanimado, e não foi pelo
cansaço da espera na fila de cadastramento da prefeitura. "Pensei
que as vagas eram para quem tivesse no mínimo a oitava série.
Mas são para quem tem até a oitava série", disse.
Da fila que enfrentou, Eduardo
disse ter tirado uma certeza. Com o
tanto de desempregados que viu,
disse que vai agarrar a primeira
oportunidade que aparecer. "Vou
aceitar qualquer coisa."
(JCS)
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