São Paulo, Segunda-feira, 10 de Maio de 1999
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"Vou aceitar qualquer coisa"

da Reportagem Local

Eduardo Gracindo Freire, 19, começou a trabalhar aos 14 anos. Já foi auxiliar de marcenaria, trabalhou em retífica de motores e lavou carros em posto de combustível.
Ele terminou o segundo grau e tem um certificado de conclusão. Dos empregos que teve, não tem provas porque nunca foi registrado em carteira.
Há seis meses, nem trabalho informal consegue. Eduardo e uma irmã de 17 anos dependem da aposentadoria de R$ 400,00 que o pai recebe. A mãe é dona-de-casa.
Quando ouviu ontem falar sobre a possibilidade de conseguir um emprego por seis meses, Eduardo foi para a fila. Chegou à 1h30 e só saiu por volta das 8h.
Saiu desanimado, e não foi pelo cansaço da espera na fila de cadastramento da prefeitura. "Pensei que as vagas eram para quem tivesse no mínimo a oitava série. Mas são para quem tem até a oitava série", disse.
Da fila que enfrentou, Eduardo disse ter tirado uma certeza. Com o tanto de desempregados que viu, disse que vai agarrar a primeira oportunidade que aparecer. "Vou aceitar qualquer coisa." (JCS)



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