São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

C-Bonds encerraram dia vendidos a US$ 0,6150; turbulências fazem a Turquia ser a "bola da vez"

Taxa de risco-país do Brasil recua 4,5%

DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores deram uma trégua aos papéis da dívida brasileira negociados no mercado internacional. Isso levou o risco-país brasileiro recuar ontem. Dentre os emergentes, a Turquia voltou a estar na linha de fogo dos investidores. Enquanto o risco-país -índice que aponta o grau de desconfiança dos investidores em relação a um governo honrar suas dívidas- do Brasil fechou com queda de 4,5%, a 1.611 pontos, o da Turquia subiu mais 3,4% e encerrou o dia em 1.075 pontos. Na segunda-feira, o risco-país da Turquia disparou mais de 10%.
A turbulenta situação política da Turquia, marcada pela renúncia de ministros no fim de semana, aumentou o pessimismo do mercado em relação ao país.
Na avaliação de analistas, isso pode ser positivo para os ativos brasileiros, que têm sido muito castigados nas últimas semanas. A valorização de 3,8% dos C-Bonds, títulos da dívida brasileira, que encerraram vendidos a US$ 0,6150, ajudou a fazer o risco-país do Brasil se distanciar do da Nigéria (1.998 pontos), o segundo maior do mundo, atrás apenas do da Argentina (6.866 pontos).
O mercado de câmbio foi marcado pela ausência de negócios em São Paulo, parado pelo feriado da Revolução Constitucionalista de 32. O dólar oscilou pouco em um dia de baixo giro e a moeda dos EUA fechou a R$ 2,854, com pequena baixa de 0,31%.
O Banco Central preferiu suspender a venda de dólares prevista para ontem. Desde a semana passada, o BC voltou a intervir diariamente no câmbio, como forma de melhorar a liquidez e tentar conter a escalada da moeda norte-americana. Neste mês, o BC irá vender US$ 1,5 bilhão. Na semana passada foram vendidos US$ 600 bilhões. Na última segunda, a venda diária passou a ser de US$ 50 milhões. O BC informou que os US$ 50 milhões que deveriam ter sido vendidos ontem serão colocados no mercado ao longo das próximas semanas.
Operadores afirmam que o volume de dólares negociado no mercado interbancário não chegou a alcançar os US$ 150 milhões. Normalmente, a média diária supera US$ 1 bilhão.
O mercado hoje deve ser marcado pela divulgação de novas pesquisas eleitorais, que apontariam queda de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). (FABRICIO VIEIRA)


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