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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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Período recessivo depende da definição

DA REPORTAGEM LOCAL

Caso a projeção do Ipea se concretize, a economia brasileira terá encolhido por dois trimestres consecutivos. Isso significa que o Brasil entrou em recessão?
A resposta depende do que o analista chama de recessão. Uma definição genérica é dada pelo NBER, importante centro de pesquisa econômica dos EUA. Ela diz que um período recessivo é caracterizado por "uma queda generalizada da economia por um período relativamente longo".
Para "datar" uma recessão nos EUA, os economistas do NBER preferem analisar uma série de indicadores, e não apenas o resultado do PIB. Caso a maioria mostre uma economia paralisada ou encolhendo, eles definem o período como recessivo. Assim, indicadores de emprego, renda, vendas no varejo, crescimento da indústria e os números do PIB (Produto Interno Bruto) são analisados em conjunto. Às vezes, o PIB pode crescer um pouco -0,5%, por exemplo-, enquanto todos os outros indicadores caem. A aparente contradição ocorre porque os números do PIB são revisados frequentemente.
Para os analistas de mercado financeiro, ocorre recessão quando o PIB encolhe, no mínimo, durante dois trimestres.
No Brasil, todos os indicadores mostram uma economia enfraquecida: a indústria produz menos, os salários e as vendas no varejo estão em queda, o desemprego, em alta. Assim, ainda que o PIB cresça, se estes indicadores não mudarem, a economia estaria, desde o início do ano, em recessão.
O governo pode dizer o contrário. O próprio ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) costuma argumentar que muitos setores da economia estão crescendo, incentivados pelas exportações. Segundo esse ponto de vista, como parte da economia está crescendo, não se trata de uma recessão.


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