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País chegou ao "fundo do poço", diz governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O segundo trimestre deste ano
foi o "fundo do poço" no desempenho da economia em 2003, segundo avaliação do governo e de
analistas de mercado ouvidos pela Folha.
A expectativa é que a partir de
agora haja uma recuperação no
consumo das famílias e, consequentemente, taxas de crescimento melhores. Os investimentos -tipo de gasto que mais colabora para o desenvolvimento sustentável da economia-, no entanto, só seriam retomados no
próximo ano.
"Chegamos ao fundo do poço",
diz José Carlos Miranda, chefe da
Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento. A saída do
quadro recessivo não virá, porém,
com um "boom" econômico.
"Se o "espetáculo de crescimento" fosse musical, neste segundo
semestre, o andamento seria um
adágio", ironiza o economista sênior da LCA Consultores, Francisco Faria. Adágio é um andamento vagaroso e lento.
Segundo o economista, o "allegro vivace", andamento rápido e
brilhante, só aconteceria no final
do próximo ano.
O crescimento, neste semestre,
não será mais impulsionado pelas
exportações, como no último ano.
Os economistas e o governo apostam que a lenta recuperação se
dará pelo aumento no consumo
das famílias. "O consumo das famílias melhorará", diz Miranda.
Uma das melhores notícias para
o aumento dos gastos da população é o controle da inflação. "Os
reajustes salariais e das aposentadorias não serão corroídos pela
inflação como em 2002, o que
possibilitará mais consumo", diz
Faria.
Os gastos do governo também
devem contribuir para o início do
novo ciclo de expansão. "Os resultados primários [economia do
governo para pagamento de juros
da dívida pública] estão acima das
expectativas do governo. Estamos
descontingenciando gastos", argumento Miranda.
(AS e SM)
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