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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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País chegou ao "fundo do poço", diz governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O segundo trimestre deste ano foi o "fundo do poço" no desempenho da economia em 2003, segundo avaliação do governo e de analistas de mercado ouvidos pela Folha.
A expectativa é que a partir de agora haja uma recuperação no consumo das famílias e, consequentemente, taxas de crescimento melhores. Os investimentos -tipo de gasto que mais colabora para o desenvolvimento sustentável da economia-, no entanto, só seriam retomados no próximo ano.
"Chegamos ao fundo do poço", diz José Carlos Miranda, chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento. A saída do quadro recessivo não virá, porém, com um "boom" econômico.
"Se o "espetáculo de crescimento" fosse musical, neste segundo semestre, o andamento seria um adágio", ironiza o economista sênior da LCA Consultores, Francisco Faria. Adágio é um andamento vagaroso e lento.
Segundo o economista, o "allegro vivace", andamento rápido e brilhante, só aconteceria no final do próximo ano.
O crescimento, neste semestre, não será mais impulsionado pelas exportações, como no último ano. Os economistas e o governo apostam que a lenta recuperação se dará pelo aumento no consumo das famílias. "O consumo das famílias melhorará", diz Miranda.
Uma das melhores notícias para o aumento dos gastos da população é o controle da inflação. "Os reajustes salariais e das aposentadorias não serão corroídos pela inflação como em 2002, o que possibilitará mais consumo", diz Faria.
Os gastos do governo também devem contribuir para o início do novo ciclo de expansão. "Os resultados primários [economia do governo para pagamento de juros da dívida pública] estão acima das expectativas do governo. Estamos descontingenciando gastos", argumento Miranda. (AS e SM)


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