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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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MARCHA LENTA

Bancos, que já estimaram 3,4%, agora esperam crescimento de 1,71%

Previsão sobre PIB nunca foi tão ruim

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As instituições financeiras nunca foram tão pessimistas em relação ao crescimento da economia brasileira neste ano.
De acordo com levantamento do Banco Central divulgado no último boletim "Focus", a média das projeções de bancos e consultorias para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2003 é um crescimento de 1,71%.
A perspectiva para o desempenho da economia brasileira se deteriorou muito nos últimos meses. Há um ano, a média apresentada no "Focus" era um crescimento de 3,4% em 2003.
O momento de maior otimismo neste ano apresentado no boletim feito pelo BC foi em meados de fevereiro, quando as instituições projetavam crescimento médio de 2,06% do PIB.
O próprio governo já reviu sua previsão de expansão do PIB. Segundo prognóstico do Banco Central, a economia deve crescer 1,5% neste ano, percentual igual ao registrado em 2002.
Em março, a previsão da autoridade monetária era que o país crescesse 2,2% neste ano.
Um dos freios da economia neste ano tem sido as elevadas taxas de juros praticadas até o momento, avaliam analistas e consultorias. Para a Global Invest, o maior pessimismo das projeções teve na manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 26,5% por "mais tempo que o esperado" um de seus motivadores.
No mês passado, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a Selic para 26% ao ano. Novos cortes nas taxas de juros são esperados nos próximos meses, como forma de estimular a economia.
O setor industrial é um dos mais castigados com a política de juros altos do governo. Nas projeções do BC, o crescimento do setor industrial neste ano recuou de 2,1% para 0,7%.
Até mesmo a agricultura, setor que tem sido beneficiado pelo aumento das exportações, teve sua projeção de crescimento em 2003 reduzida pelo Banco Central de 6% para 5,8%. O setor de serviços não escapou da revisão. A projeção de crescimento para o setor, antes de 1,8%, foi revista para 1,5%.
O mercado aguarda que o Copom reduza os juros seguidamente nos próximos meses, o que poderia ajudar a dar algum fôlego à economia. Na BM&F, o contrato DI (que reflete os negócios entre bancos) com prazo em janeiro de 2004 projeta taxa de juros de 22,15% anuais.


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