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MARCHA LENTA
Bancos, que já estimaram 3,4%, agora esperam crescimento de 1,71%
Previsão sobre PIB nunca foi tão ruim
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As instituições financeiras nunca foram tão pessimistas em relação ao crescimento da economia
brasileira neste ano.
De acordo com levantamento
do Banco Central divulgado no
último boletim "Focus", a média
das projeções de bancos e consultorias para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2003 é um crescimento de 1,71%.
A perspectiva para o desempenho da economia brasileira se deteriorou muito nos últimos meses. Há um ano, a média apresentada no "Focus" era um crescimento de 3,4% em 2003.
O momento de maior otimismo
neste ano apresentado no boletim
feito pelo BC foi em meados de fevereiro, quando as instituições
projetavam crescimento médio
de 2,06% do PIB.
O próprio governo já reviu sua
previsão de expansão do PIB. Segundo prognóstico do Banco
Central, a economia deve crescer
1,5% neste ano, percentual igual
ao registrado em 2002.
Em março, a previsão da autoridade monetária era que o país
crescesse 2,2% neste ano.
Um dos freios da economia neste ano tem sido as elevadas taxas
de juros praticadas até o momento, avaliam analistas e consultorias. Para a Global Invest, o maior
pessimismo das projeções teve na
manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 26,5% por "mais
tempo que o esperado" um de
seus motivadores.
No mês passado, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a Selic para 26% ao ano. Novos
cortes nas taxas de juros são esperados nos próximos meses, como
forma de estimular a economia.
O setor industrial é um dos mais
castigados com a política de juros
altos do governo. Nas projeções
do BC, o crescimento do setor industrial neste ano recuou de 2,1%
para 0,7%.
Até mesmo a agricultura, setor
que tem sido beneficiado pelo aumento das exportações, teve sua
projeção de crescimento em 2003
reduzida pelo Banco Central de
6% para 5,8%. O setor de serviços
não escapou da revisão. A projeção de crescimento para o setor,
antes de 1,8%, foi revista para
1,5%.
O mercado aguarda que o Copom reduza os juros seguidamente nos próximos meses, o que poderia ajudar a dar algum fôlego à
economia. Na BM&F, o contrato
DI (que reflete os negócios entre
bancos) com prazo em janeiro de
2004 projeta taxa de juros de
22,15% anuais.
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